Cientistas
das universidades britânicas de Bristol e Oxford sugerem que até mesmo níveis baixos de álcool
durante a gravidez podem influenciar no QI da criança. Publicado [na]
quarta-feira (14) no periódico Plos One, o
estudo chegou a essa conclusão após analisar dados de mais de quatro mil mães e
seus filhos. Pesquisas anteriores têm produzido evidências inconsistentes e
conflitantes sobre o assunto. Isso se deve provavelmente à dificuldade em
separar os efeitos do consumo moderado de álcool de outros fatores sociais,
como cigarro, dietas e idade da mãe ao dar à luz. Por isso, há especialistas
que sugerem abstinência de álcool durante a gravidez e outros que recomendam
ingestão moderada.
O
estudo em questão analisou as variações genéticas do DNA de 4.167 crianças para
entender os efeitos da bebida durante a gravidez. Há quatro dessas variações
que estão relacionadas ao metabolismo do álcool no corpo humano. Ao estudá-las,
os pesquisadores descobriram que as mesmas também estão fortemente ligadas ao
baixo QI das crianças, chegando assim à tese.
O
efeito, porém, só foi observado entre as crianças cujas mães bebiam
moderadamente. Nos filhos de mulheres que não bebem ou deixaram de beber
completamente durante a gravidez, nada de anormal foi encontrado, o que sugere
que foi mesmo a exposição ao álcool que causou a diferença no QI das crianças.
Já mães que bebem muito não foram incluídas na pesquisa.
O
consumo de álcool nas mães foi medido por meio de questionários respondidos na
18ª e na 32ª semana de gravidez. Ele incluía perguntas como a quantidade e a
frequência de consumo antes da gravidez, durante o primeiro trimestre e no
momento em que sentiu o bebê mexendo pela primeira vez. Já o QI das
crianças foi analisado quando elas chegavam aos oito anos de idade, usando
testes convencionais para tal medição.
“O
estudo é complexo, mas a mensagem é simples: mesmo quantidades moderadas de álcool durante a gravidez pode ter um
efeito sobre a inteligência futura da criança. Assim, as mulheres têm boas
razões para evitar o álcool nesse período”, afirmou o coordenador da pesquisa,
Ron Gray, da Universidade de Oxford, em nota à imprensa. [O melhor é evitar
sempre.]
(Época)