quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Sedentarismo já ameaça reduzir expectativa de vida

Um estudo que analisa dados de Brasil, Estados Unidos, Grã-Bretanha, China e Índia alerta que o crescente sedentarismo nesses países ameaça formar a primeira geração de jovens que viverá menos que seus pais. O trabalho, que tem o American College of Sports Medicine como coautor, conclui que em 2030 a inatividade física pode abreviar em até cinco anos a expectativa de vida, caso seja mantido o ritmo atual. As projeções, que tiveram a participação de 70 especialistas ligados às áreas de saúde e educação física, indicam que em 18 anos o Brasil terá diminuído em cerca de 34% os níveis de atividade física desde o começo da década passada. Somente entre 2002 e 2007, a queda foi de 6%.

Segundo Lisa MacCallum Carter, executiva global da Nike, que também é coautora da pesquisa, o País começa a sofrer os males que já são sentidos há algumas décadas pelos países mais desenvolvidos - de 1965 a 2009, a queda da atividade física nos Estados Unidos foi de 32%.

“As máquinas e carros têm feito as atividades físicas por nós, e isso é uma coisa boa, pois apreciamos o padrão de vida moderno. Mas é preciso observar a quantidade de movimento que é perdida por isso e buscar formas de compensar”, afirma a executiva. “Se uma criança está ameaçada de viver uma vida mais curta que seus pais, este é o oposto do progresso humano.”

Segundo Lisa, as estatísticas levam em conta outros fatores, como nutrição, mas o sedentarismo tem papel central, especialmente em países desenvolvidos ou em desenvolvimento. Ela lembra que as dez doenças que mais matam nos 50 países mais ricos do mundo estão relacionadas à falta de atividade física.

“À medida que as economias crescem, os níveis de atividade física diminuem”, explica. “No Brasil, cuja economia teve um forte crescimento nos últimos anos, esperamos que isso ocorra em um período bem menor de tempo. Mas ainda há tempo de evitar isso”, acrescenta.

Entre os países em desenvolvimento, os problemas são diferentes entre si. Na China, que nos últimos 20 anos teve uma queda de 45% nos níveis de atividade física, o principal vilão tem sido o excesso de pessoas que trocaram a vida rural pelas cidades. No país, os pesquisadores apontam as deficiências das grandes metrópoles, que estimulam o transporte motorizado.

O estudo também aponta um viés econômico: a avaliação é de que a inatividade física traz gastos diretos e indiretos de quase US$ 150 bilhões por ano, apenas nos Estados Unidos.

Segundo o médico Carlos Alberto Machado, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a associação com a obesidade é o fator mais preocupante do sedentarismo. Nos EUA, o índice de americanos obesos mais que dobrou nas últimas três décadas e deve atingir 42% da população até 2030. Além disso, cerca de um terço dos americanos estará com sobrepeso, fazendo com que as pessoas com peso ideal ou magras se tornem uma minoria no país.

Machado relaciona uma pesquisa da SBC, que mostrou que 49% dos brasileiros são sedentários, com dados do Ministério da Saúde que revelam que 64% da população do País está com excesso de peso. “O obeso que faz atividade física diminui o risco. E quem sai da situação de sedentário para pouco ativo (30 minutos de exercícios em 5 dias da semana) reduz em 66% o risco cardiovascular”, lembra ele.

No Estado de São Paulo, de 2004 até este ano, o Núcleo de Estudos da Obesidade da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) fez um trabalho com 300 adolescentes obesos e concluiu que metade deles tinha tendência à diabete e 32% sofriam de síndrome metabólica (pressão alta, diabete e colesterol elevado). “Esses adolescentes têm fortes fatores de riscos mórbidos. Ou seja: têm grandes chances de morrer cedo”, afirma Ana Dâmaso, coordenadora do Núcleo.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Álcool na gravidez pode afetar QI da criança

Cientistas das universidades britânicas de Bristol e Oxford sugerem que até mesmo níveis baixos de álcool durante a gravidez podem influenciar no QI da criança. Publicado [na] quarta-feira (14) no periódico Plos One, o estudo chegou a essa conclusão após analisar dados de mais de quatro mil mães e seus filhos. Pesquisas anteriores têm produzido evidências inconsistentes e conflitantes sobre o assunto. Isso se deve provavelmente à dificuldade em separar os efeitos do consumo moderado de álcool de outros fatores sociais, como cigarro, dietas e idade da mãe ao dar à luz. Por isso, há especialistas que sugerem abstinência de álcool durante a gravidez e outros que recomendam ingestão moderada.

O estudo em questão analisou as variações genéticas do DNA de 4.167 crianças para entender os efeitos da bebida durante a gravidez. Há quatro dessas variações que estão relacionadas ao metabolismo do álcool no corpo humano. Ao estudá-las, os pesquisadores descobriram que as mesmas também estão fortemente ligadas ao baixo QI das crianças, chegando assim à tese.

O efeito, porém, só foi observado entre as crianças cujas mães bebiam moderadamente. Nos filhos de mulheres que não bebem ou deixaram de beber completamente durante a gravidez, nada de anormal foi encontrado, o que sugere que foi mesmo a exposição ao álcool que causou a diferença no QI das crianças. Já mães que bebem muito não foram incluídas na pesquisa.

O consumo de álcool nas mães foi medido por meio de questionários respondidos na 18ª e na 32ª semana de gravidez. Ele incluía perguntas como a quantidade e a frequência de consumo antes da gravidez, durante o primeiro trimestre e no momento em que sentiu o bebê mexendo pela primeira vez. Já o QI das crianças foi analisado quando elas chegavam aos oito anos de idade, usando testes convencionais para tal medição.

“O estudo é complexo, mas a mensagem é simples: mesmo quantidades moderadas de álcool durante a gravidez pode ter um efeito sobre a inteligência futura da criança. Assim, as mulheres têm boas razões para evitar o álcool nesse período”, afirmou o coordenador da pesquisa, Ron Gray, da Universidade de Oxford, em nota à imprensa. [O melhor é evitar sempre.]

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Atividade física previne encolhimento do cérebro

A atividade física regular na terceira idade pode ajudar a evitar o encolhimento do cérebro e outros sinais associados à demência, revela um novo estudo. A pesquisa foi feita pela Universidade de Edimburgo, na Escócia, e analisou dados de 638 pessoas com 70 anos que foram submetidas a exames cerebrais. Os resultados mostraram que aqueles que eram fisicamente mais ativos tiveram menor retração do cérebro do que os que não se exercitavam. Por outro lado, os que realizavam atividades de estimulação mental e intelectual, como fazer palavras cruzadas, ler um livro ou socializar com os amigos, não tiveram efeitos benéficos em relação ao tamanho do cérebro, constatou o estudo, publicado na revista Neurology.

A ciência já provou que a estrutura e funcionamento do cérebro se deterioram com o passar dos anos. Também são inúmeros os registros na literatura médica de que o cérebro tende a encolher com o envelhecimento. Tal encolhimento está ligado a uma perda de memória e das capacidades cerebrais, dizem as pesquisas.

Os estudos têm mostrado que as atividades sociais, físicas e mentais podem contribuir para a prevenção dessa deterioração. No entanto, até agora não tinham sido realizadas amplas pesquisas com imagens cerebrais para observar essas mudanças na estrutura do cérebro e seu volume. Segundo o estudo, que levou três anos para ser concluído, o médico Alan Gow e sua equipe pediram aos participantes que levassem um registro de suas atividades diárias. No fim desse período, quando completaram 73 anos, os participantes passaram por scanners de ressonância magnética para analisar as mudanças no cérebro.

Depois de levar em conta fatores como idade, sexo, saúde e inteligência, os resultados mostraram que a atividade física estava “significativamente associada” com a menor atrofia do tecido cerebral. “As pessoas de 70 anos que fizeram mais exercício físico, incluindo uma caminhada, várias vezes por semana, apresentaram uma retração menor do cérebro e outros sinais de envelhecimento da massa cerebral do que aqueles que eram menos ativos fisicamente”, exlicou Grow. “Além disso, nosso estudo não mostrou nenhum benefício real no tamanho do cérebro com a participação em atividades mental e socialmente estimulantes, como observado por imagens em scanners de ressonância magnética durante os três anos de estudo”, acrescentou.

Segundo o pesquisador, a atividade física foi também associada a um aumento no volume de massa cinzenta. Essa é a parte do cérebro onde se originam as emoções e percepções. Em estudos anteriores, essa região está relacionada à melhora da memória de curto prazo. Quando os cientistas analisaram o volume de substância branca, responsável pela transmissão de mensagens no cérebro, descobriram que as pessoas fisicamente ativas tinham menos lesões nessa área do que as que se exercitavam menos.

Embora estudos anteriores já tenham mostrado os benefícios do exercício para prevenir ou retardar a demência, ainda não estão claros os motivos por que isso acontece. Os pesquisadores acreditam que as vantagens da atividade esportiva podem estar ligadas ao aumento do fluxo de oxigênio no sangue e de nutrientes para o cérebro. Mas outra teoria é que, como o cérebro das pessoas encolhe com a idade, elas tendem a se exercitar menos e, assim, acabam tendo menos benefícios.

Seja qual for a explicação, dizem os especialistas, os resultados servem para comprovar que o exercício físico é benéfico para a saúde. “Esse estudo relaciona a atividade física à redução dos sinais de envelhecimento do cérebro, sugerindo que o esporte é uma forma de proteger nossa saúde cognitiva”, disse Simon Ridley, da entidade Alzheimer’s Research no Reino Unido. “Embora não possamos dizer que a atividade física é o fator causal desse estudo, sabemos que o exercício na meia idade pode reduzir o risco de demência futura”, acrescentou. “Vai ser importante acompanhar tais voluntários para ver se essas características estruturais estão associadas com maior declínio cognitivo nos próximos anos”, disse.

“Também serão necessárias mais pesquisas para saber detalhadamente sobre por que a atividade física está tendo esse efeito benéfico”, afirmou.

Já o professor James Goodwin, da organização Age UK, que financiou a pesquisa, disse: “Esse estudo destaca novamente que nunca é tarde para se beneficiar dos exercícios, seja uma simples caminhada para fazer compras ou um passeio no jardim”, concluiu. “É crucial que, se o fizermos, permanecer ativo à medida que envelhecem”, acrescenta.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Participação dos pais vale mais que boa escola

Um estudo divulgado nesta semana reforça o conceito de que o ambiente familiar é determinante no desempenho escolar de crianças e jovens. De acordo com a pesquisa, realizada pela Universidade da Carolina do Norte, estudantes que frequentam escolas fracas, mas são acompanhados de perto pelos pais, obtêm desempenho superior ao de crianças matriculadas em boas escolas cujos pais pouco conhecem suas atividades acadêmicas. O estudo contou com a participação de 10 mil jovens de 18 anos. Os cientistas avaliaram primeiramente o papel das famílias: o quanto os pais confiavam em seus filhos, o grau de envolvimento deles nas atividades escolares, com que frequência checavam os deveres de casa do filho e se costumavam comparecer a eventos escolares.

Em um segundo momento, as instituições de ensino foram avaliadas segundo a qualidade de seus professores, o conceito que os alunos têm da escola, a variedade de atividades esportivas e extracurriculares e a frequência com que são reportados casos de bullying e outros tipos de abuso. Posteriormente, os resultados foram cruzados com o desempenho escolar de cada um dos estudantes em matemática, leitura, ciência e história.

“Os resultados apontam que o ambiente familiar influencia mais no sucesso acadêmico do que o ambiente escolar”, diz Toby Parcel, professora de sociologia e uma das autoras do estudo. “Não estamos sugerindo que a qualidade da escola seja totalmente desprezível, mas queremos alertar para a importância dos pais no processo educativo”, diz Parcel.

Para os autores da pesquisa, os pais devem estar conscientes de que investir tempo e dinheiro em uma escola de ponta pode não ser o suficiente para garantir o sucesso dos filhos. “Ao acompanhar o dever de casa ou ir às reuniões escolares, os pais mostram aos pequenos que a escola é importante para toda a família e precisa ser levada a sério”, diz Parcel. 

O estudo foi publicado na edição mais recente do periódico Research and Social Stratification and Mobility e reafirma as evidências de que a família é fundamental no sucesso acadêmico de um indivíduo. Já está provado que pais leitores criam filhos leitores e quanto mais os responsáveis se envolvem com a escola, mais comprometida a criança é com seus afazeres acadêmicos. É sabido também que os pais não precisam dominar todo o conteúdo que é ensinado pela escola: ainda que não tenham frequentado os bancos escolares, eles podem estimular as crianças a se dedicarem aos deveres com afinco.

A pesquisa deixa claro, contudo, que uma boa escola também importa no processo de formação acadêmica das crianças. Mais do que isso: é fundamental.

(Veja)

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Deus me amou

Nasci na bela ilha de Florianópolis, mas fui criada em um bairro humilde da cidade vizinha de Palhoça, em Santa Catarina. Sou fruto de uma gravidez inesperada e meus pais me criaram com muita dificuldade. Morávamos numa casinha de madeira no terreno dos meus avôs paternos. Apesar de tudo, a pobreza não foi nosso maior problema. Para mim, o pior foi a ausência de religião no lar.


Quando tinha nove anos de idade, fui convidada pelo vizinho para participar dos cultos que ele fazia com a família dele. Pedi autorização aos meus pais e toda noite me unia àquela família para orar e ler trechos da Bíblia. Especialmente as histórias do Gênesis me deixavam impressionada. Comecei a mudar minhas atitudes e meus pais ficaram preocupados, achando que eu estava ficando “fanática”. Proibiram-me de participar dos cultos e resolveram rezar o terço em casa. Para o meu irmão e para mim, aqueles eram momentos muito desagradáveis. “Tudo bem que a gente reze, mas não precisam ficar com essa cara de tristes”, pedia ele. Eram minutos realmente maçantes e, com o tempo, meus pais acabaram desistindo da ideia e tudo voltou a ser como antes. Que pena. Perdemos uma grande chance de conhecer melhor a Deus. E meu encontro com o Deus da Bíblia teria que esperar mais alguns anos.

 
Pensando no melhor para mim, com muita dificuldade, meu pai – que era professor da escola pública em nosso bairro – havia me matriculado em uma escola particular no centro da cidade. Mas aquilo contribuiu ainda mais para piorar minha baixa autoestima. Meus colegas eram quase todos filhos de famílias ricas e eu sofria bullying (naquele tempo nem se sabia que isso tinha nome). Diziam que eu tinha cheiro de peixe por ser da Barra do Aririú (meu bairro era praticamente uma vila de pescadores) e me desprezavam por qualquer coisa. Por causa disso, meu desejo era de crescer logo, ter dinheiro, respeito, ser alguém.

À medida que fui crescendo, minha carência emocional também se ampliou. Pensava que, se pudesse chamar a atenção das pessoas de alguma forma, seria considerada importante. O desenvolvimento do meu corpo foi relativamente precoce e procurei usar isso em meu favor. Queria ser bonita e admirada. Arrumava-me e me vestia de um jeito que pudesse atrair os olhares. Isso me dava uma sensação de “poder” e me fazia pensar que era alguém. Triste ilusão...

Com o tempo, imaginei que a felicidade viria com a adolescência e os tão esperados 15 anos, quando meu pai me permitiria sair com as amigas, ir a danceterias, sair à noite. Era o meu “sonho de liberdade”. Era minha esperança de satisfação, de realização. Mas sair com as amigas, voltar tarde para casa, conhecer novas pessoas (tão vazias quanto eu) – nada disso me fez feliz. Na verdade, a insatisfação parecia aumentar cada vez mais. Sempre que voltava para casa e colocava a cabeça no travesseiro (por mais que isso pareça clichê), sentia a mesma tristeza; a saudade de algo que eu nem sabia o que era; uma angústia profunda e indescritível. Parecia que eu sempre estava em busca de amor e felicidade, e quando pensava que havia encontrado, mais distante esse amor e essa felicidade ficavam.

Quando completei os 15 anos, meu pai me deu uma festa. Lá estavam meus amigos, minhas amigas, muita bebida, muita música e eu com meu vestido de tafetá branco. Na manhã seguinte, fui conferir meus presentes. Entre eles, alguns diários. Peguei um deles e comecei a escrever. O Natal estava bem próximo (meu aniversário é no dia 23) e resolvi escrever sobre isto: o significado do nascimento de Jesus. À medida que pensava no porquê de Deus ter Se tornado criança, ter vivido neste mundo triste e morrido pelos seres humanos, lágrimas corriam pelo meu rosto. Nunca havia pensado assim tão profundamente no significado da encarnação de Cristo. A caneta deslizava pelo papel e eu pensava: “Será que Ele morreu por mim também?”

Creio que naquela manhã de véspera de Natal comecei a “arranhar a ponta” de algo grandioso que mudaria por completo meus valores, minha maneira de ver a vida, meus sonhos. Mas também teve início uma verdadeira luta dentro de mim – a luta da vaidade contra a entrega, da carne contra o espírito.

Certa noite, cheguei em casa depois de passar algumas horas na danceteria com minhas amigas. Estava cansada, desanimada e sem sono. Senti Deus me dizendo que eu devia ler a Bíblia, mas não tínhamos nenhuma em casa. Quando passei pela sala, mal pude acreditar: havia um Novo Testamento de bolso sobre a mesa de centro! Abri o pequeno volume e encontrei algumas promessas listadas nas últimas páginas. Fui conferindo uma por uma em busca de sentido, perguntando-me como poderia tornar realidade aquelas coisas. Como Deus poderia me dar paz? Como Ele poderia me dar esperança? Como Ele podia me amar?

Dias depois, abri o livro do Apocalipse e comecei a ler com muito interesse. Cheguei à parte que fala das bestas e das pragas e tive medo. Depois, li que Deus tem um povo especial sobre a Terra e pedi: “Senhor, quero fazer parte desse povo. Mostra-me quem são eles. Ajuda-me a entender o Apocalipse.” Continuei lendo o livro por vários dias.

Algum tempo depois, dois homens vestidos com roupas sociais bateram à nossa porta. Eram adventistas do sétimo dia e estavam oferecendo um curso bíblico. Do Apocalipse!

Com muito interesse, meu pai e eu estudamos com eles a Bíblia e pudemos perceber que nossas dúvidas tinham respostas. Finalmente, eu podia ver ordem em meio ao caos e descobri que Deus tinha um plano para minha vida. Aos poucos, comecei a sentir o amor que sempre busquei.

Confesso que não foi fácil vestir saia longa e me dirigir à pequena casa de madeira que servia de local de reuniões da igreja adventista em nossa comunidade. Tive que vencer a vergonha e lutar contra o preconceito de pessoas que viam os crentes não católicos como esquisitos e fanáticos. Os adventistas eram um grupo bem pequeno ali. Na igreja, quase não havia jovens e os mais velhos tinham uma religião com ênfase legalista, muito focada em regras e normas. Realmente não era fácil para uma adolescente conviver com um grupo assim, mas procurei me esforçar. No entanto, algo acabou atrapalhando ainda mais minha integração à igreja (infelizmente, o inimigo de Deus é especialista nessas coisas).

Um daqueles instrutores bíblicos, o mais jovem (praticamente o único jovem daquela igreja), me pediu em namoro. Infelizmente, depois de algum tempo, descobri que ele gostava de outra pessoa e terminamos o relacionamento. Isso me deixou triste e, sem amigos, não me sentindo amada e com a fé ainda não muito bem alicerçada, acabei me afastando da igreja. Influenciada por minha melhor amiga, a Lilian, acabei voltando à “velha vida” de dança e diversão. Mas agora as coisas eram piores, pois eu sabia para onde o mundo caminha. Uma janela de revelações e conhecimento havia sido aberta diante de meus olhos e nada poderia ser como antes. O contraste entre o mundo vazio e a esperança em Jesus era muito claro para mim. Sentia saudades da igreja; saudades de Deus.


Quando estava cogitando a possibilidade de voltar a frequentar os cultos, o inimigo preparou outra armadilha: fui chamada para trabalhar numa famosa loja no Shopping Beira Mar Norte, em Florianópolis. Eu havia sido selecionada para o cargo de vendedora. Minha mãe e minha amiga me proibiram de perder a oportunidade e acabei cedendo. Tornei-me uma boa vendedora, mas aquele ambiente de consumismo e os expedientes aos sábados enfraqueceram ainda mais minha fé.


Certa ocasião, estava com algumas amigas tomando banho de sol na Praia da Pinheira (onde eu costumava ir com elas de vez em quando). Com calor, resolvemos tomar um banho de mar. Enquanto estávamos ali nos divertindo e nos refrescando, de repente, o céu se fechou e a água começou a ficar vermelha como sangue. Minhas amigas gritaram e me pediram para explicar aquilo. Fiquei congelada. Eu sabia o que estava acontecendo, mas não queria acreditar que fosse verdade. Ajoelhei-me ali mesmo e comecei a clamar: “Senhor, faça o tempo voltar! Dê-me outra chance. Faça o tempo voltar!” Acordei assustada com o som da minha voz e agradeci a Deus porque, de certa forma, Ele havia feito o tempo voltar para mim.

Dois meses depois, a Lilian, que antes me tentava com convites para sair com ela, acabou sendo um grande instrumento de Deus. Com sérios problemas em casa, ela me procurou e pediu-me para estudar a Bíblia com ela. Aquilo foi um milagre! Em lugar de irmos para a danceteria ou para um barzinho, ficávamos em casa orando e estudando a Palavra de Deus até altas horas. Meu coração voltou a se aquecer, cheio de fé e esperança. Mas Deus tinha mais bênçãos reservadas para mim.


Certa quarta-feira, recebi o convite de uma amiga para ir ao culto na Igreja Adventista Central de Florianópolis. Disse-lhe que eu não poderia ir, pois teria aula naquela noite. Quando cheguei ao colégio (o Instituto Estadual de Educação, na Ilha de Florianópolis), descobri que todos os professores tinham faltando e que as aulas haviam sido suspensas! Então, fui à igreja, sem suspeitar que naquele culto minha vida mudaria para sempre.

A reunião já havia começado quando um jovem se sentou atrás do banco em que minha amiga e eu estávamos e me entregou um folheto bíblico. Quando me virei para agradecer, pude ver o sorriso lindo dele e apenas agradeci a gentileza. Após o culto, ele veio conversar comigo e descobrimos que tínhamos muitos interesses em comum. O Michelson apelou para que eu voltasse para Jesus e para a igreja. Para encurtar a história, dois meses depois, começamos a namorar e ele foi um poderoso instrumento de Deus para me firmar no caminho da verdade. Conforme eu descobri depois, ele estava orando para que Deus lhe desse uma namorada cristã. Conhecer meu futuro esposo durante um culto de oração foi outro dos presentes que o Senhor me deu.

No dia 25 de setembro de 1994, minha amiga Lilian e eu fomos batizadas (assista aqui) na mesma igreja em que conheci meu amor. Era como se naquelas águas tivessem ficado todas as minhas frustrações, desilusões, pecados e desesperança. Jesus estava me dando uma nova vida, um novo futuro em que o amor substituiu o medo e preencheu o vazio que me atormentava desde a infância.

Hoje, quase vinte anos depois, meu marido e eu temos um casamento abençoado, três lindos filhos e posso comprovar a cada dia que os planos de Deus são os melhores para nós. Vale a pena viver Seu projeto original para os relacionamentos, para a saúde, para a família, pois, quando entregamos nosso caminho ao Senhor e confiamos nEle, Ele faz tudo o que é possível para nos ver felizes (Salmo 37:5).

Débora Tatiane Martins Borges


Nota: Essa história pode ser lida em detalhes aqui.

domingo, 7 de outubro de 2012

Cafeína virou moda

A sociedade atual anda em um ritmo frenético - informação instantânea, carros velozes, computadores rápidos e fast foods. Faz-se de tudo para se manter atualizado e acompanhar a velocidade do progresso. Muitas pessoas têm buscado energia extra ingerindo bebidas cafeinadas como o café, chás, bebidas de cola e energéticos. 
No Brasil, o cafezinho ou pingado pela manhã não pode faltar para a maioria dos brasileiros. Outros já preferem os cafés mais requintados, como os da rede Starbucks, recém-chegada ao Brasil, e que conta com mais de 16 mil lojas pelo mundo. Mas, atenção, a cafeína tem mais efeitos negativos do que você imagina... 
Uma pesquisa recente intitulada "Tendências do Consumo do Café no Brasil em 2008", feita pela TNS InterScience, mostrou que o consumo per capita no Brasil em 2008 foi de 5,64 kg de café em grão cru ou 4,51 kg de café torrado, quase 76 litros para cada brasileiro por ano, registrando uma evolução de 2% em relação ao período anterior. Essa pesquisa mostra que nove em cada dez brasileiros acima de 15 anos consomem café diariamente, o que o faz ser a segunda bebida com maior penetração na população, atrás apenas da água e à frente dos refrigerantes e do leite. A penetração do café foi de 97% em 2008, contra 91% em 2001. Os consumidores pesquisados em todo o Brasil também responderam que pretendem continuar a consumir a mesma quantidade de café em 2009. O segmento dos jovens de 15 a 29 anos também apresentou crescimento no consumo diário de café. 
Esses dados são preocupantes. Uma xícara de 150 ml de café contém entre 60 e 150 mg de cafeína, enquanto que uma xícara de chá tem de 35 a 60 mg, dependendo da variedade usada, do método de preparação e da concentração. Os refrigerantes de cola tipicamente contêm 30-55 mg de cafeína por lata de 350 ml. 
A cafeína é considerada uma droga psicoativa por estimular o sistema nervoso central e alterar o humor e o comportamento. Ela eleva os níveis de glicose do sangue dando a sensação de uma "onde de energia". Efeitos fisiológicos podem ser percebidos em adultos após a ingestão de apenas uma xícara de café ou duas latas de refrigerante a base de cola. Essa estimulação (high) é usualmente seguida de um período de depressão ou cansaço (down). 
Efeitos adversos incluem: insônia e alteração do padrão de sono; tremores; nervosismo; inquietação; irritabilidade; dores de cabeça; elevação dos ácidos graxos sanguíneos; elevação da pressão arterial e dos níveis de colesterol; palpitações, aumento dos riscos de arritmias cardíacas e infarto; aumento da produção de ácido no estômago e agravamento de úlceras; azia; aumento dos sintomas da TPM; aumento do risco de câncer da bexiga e reto; para as gestantes, aumento do risco de nascimento de uma criança com baixo peso. 
Além disso, o uso de café e chás cafeinados reduz a absorção do ferro nas refeições em 40 a 60%, aumentando o risco de anemia. Apesar de a cafeína melhorar a performance de tarefas simples que requerem atenção, ela prejudica as ações que requerem memória de curto prazo. 
As crianças também estão entrando na onda. Pediatras estão preocupados porque um terço das crianças que consomem quantidades elevadas de cafeína manifesta comportamento hiperativo. O consumo de uma lata de refrigerante a base de cola por uma criança equivale ao consumo de quatro xícaras de café para um adulto. 
Com tantas questões envolvendo a segurança do consumo da cafeína, o uso de chás cafeinados, café e bebidas de cola não deve ser encorajado. Crianças pequenas e mulheres grávidas devem especialmente evitar o consumo de bebidas cafeinadas. 
No lugar das bebidas cafeinadas, escolha a água pura ou água com limão. Beba pelo menos oito copos por dia, longe das refeições. Os chás de ervas que não contêm cafeína podem ser usados, como por exemplo a camomila, capim-limão, erva doce, erva cidreira, maçã, etc. Faça exercícios físicos para aliviar o estresse. Nos primeiros dias de abstinência, você poderá sentir dores de cabeça, irritabilidade, ansiedade e cansaço. Mas não desanime, mantenha-se firme, pois esses sintomas desaparecem após dois ou três dias. 
(Luiz Fernando Sella, Outra Leitura)

Beijar o mesmo homem protege contra doença

Cientistas da Universidade de Leeds, no Reino Unido, descobriram que durante o beijo, o homem pode inocular o citomegalovirus - um vírus que vive na saliva masculina - na mulher. Apesar de inofensivo em pessoas adultas, o vírus pode ser extremamente perigoso durante a gravidez, levando ao aborto ou à deficiência do feto. Por isso, a melhor imunização é beijar. Só que para garantir bons resultados, o médico responsável pela pesquisa divulgada no jornal Medical Hypotheses, doutor Colin Hendrie, recomenda que a mulher beije o mesmo homem durante cerca de seis meses antes da gravidez. Assim, dá tempo de o corpo preparar os anticorpos, o que reduz as chances de infecção do bebê. 

(Telegraph)

Nota: Fica mais uma vez evidente que Deus projetou o ser humano para a fidelidade conjugal. Além dos benefícios psicológicos e sociais desse estilo de vida, há também vantagens na área de saúde.

Depressão e alimentos industrializados

Um estudo realizado por uma equipe de pesquisadores da University College London, na capital britânica, indica que dietas ricas em alimentos industrializados aumentam o risco de depressão. Em contrapartida, afirmam os pesquisadores, pessoas que comem legumes, verduras, frutas e peixe em abundância apresentam riscos menores de sofrer da condição. O estudo, descrito na revista científica British Journal of Psychiatry, analisou informações sobre a dieta de 3,5 mil funcionários públicos britânicos e, cinco anos mais tarde, monitorou a ocorrência de depressão no grupo. Segundo a equipe de pesquisadores, este é o primeiro estudo a vincular a dieta dos britânicos com a depressão.

Os especialistas dizem, no entanto, que - embora não seja possível excluir a possibilidade de que pessoas com depressão talvez tenham dietas menos saudáveis - é pouco provável que a alimentação seja a razão por trás dos resultados porque não foi identificada uma relação entre dieta e diagnósticos prévios de depressão.

Os pesquisadores dividiram os participantes em dois grupos de acordo com o tipo de dieta que seguiam. Em um grupo ficaram os que consumiam alimentos integrais, frutas, legumes e peixe. No outro, os que comiam principalmente alimentos industrializados, como sobremesas açucaradas, alimentos fritos, carne industrializada, cereais refinados e produtos laticínios ricos em gordura.

Após levar em conta fatores como sexo, idade, educação, atividade física, doenças crônicas e o hábito de fumar, os especialistas identificaram uma diferença significativa em riscos futuros de ocorrência de depressão nos grupos.

Os que comiam mais alimentos integrais apresentaram 26% menos riscos de desenvolver depressão do que os que consumiam menos alimentos integrais. Em contraste, os que comiam mais alimentos industrializados apresentaram 58% mais riscos de desenvolver depressão do que os que comiam poucos alimentos industrializados. (...)

"Esse estudo se soma a um conjunto já sólido de pesquisas que mostram associações fortes entre o que comemos e nossa saúde mental", diz o diretor da entidade britânica Mental Health Foundation, Andrew McCulloch. "Estudos como esse são cruciais porque são a chave para que tenhamos uma compreensão melhor da doença mental."

McCulloch acrescenta que as dietas das pessoas estão se tornando cada vez menos saudáveis. "A população da Grã-Bretanha está consumindo menos produtos frescos e nutritivos e mais gorduras saturadas e açúcares", afirma.

"Estamos particularmente preocupados com os que não podem ter acesso a alimentos frescos ou moram em áreas onde existe um número alto de restaurantes de fast food e comida para viagem."

(BBC Brasil)

Obesidade e tumor de endométrio

A obesidade aumenta o risco de câncer de endométrio em mulheres jovens, mostra uma pesquisa feita pelos CDC (Centros para Controle e Prevenção de Doenças) com a Universidade Emory, nos Estados Unidos. A doença é mais frequente na pós-menopausa e atinge mulheres com, em média, 61 anos. Segundo os autores, já se sabe que a obesidade está relacionada a esse tumor, mas esse é um dos poucos estudos com foco nas mulheres jovens. Os pesquisadores avaliaram 421 casos desse câncer em mulheres com idades entre 20 e 54 anos e compararam os dados com as informações de mais de 3.000 mulheres que serviram de grupo controle. O fato de ter um IMC de, pelo menos, 25 aos 18 anos de idade (o que indica sobrepeso) aumentou em seis vezes o risco do aparecimento do tumor. 

"O estudo mostra o impacto da obesidade mesmo em mulheres na pré-menopausa", diz Maria del Pilar Estevez Diz, coordenadora do ambulatório de oncologia clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira. 

"A novidade é que se trata de um estudo populacional bem desenhado em mulheres jovens", diz o ginecologista Maurício Abrão, da Universidade de São Paulo e médico do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. 

"Outro dado interessante é que, quanto maior o grau de obesidade, maior o risco", observa Glauco Baiocchi Neto, diretor do departamento de ginecologia do Hospital A.C.Camargo. "O estudo deve ser visto como um alerta e reitera que devemos tratar a obesidade como um problema de saúde pública desde a idade jovem."

A obesidade leva a um aumento dos níveis de estrogênio, hormônio que atua no endométrio estimulando a proliferação de suas células. O estímulo permanente facilita o surgimento de anormalidades que podem levar ao câncer. 

O diagnóstico é feito normalmente pelo ultrassom, que aponta alterações na parede do útero. Quando detectado precocemente, esse tumor tem alto índice de cura. Mas o tratamento inclui, na maioria das vezes, a retirada do útero. 

Um estudo da Universidade de Manchester, apresentado no congresso europeu de oncologia clínica, na Alemanha, diz que o excesso de peso está por trás de mais de 124 mil casos de câncer na Europa no último ano. A proporção foi maior nas mulheres e os mais citados foram os tumores de endométrio, mama e colorretal. 

Os autores sugerem que a obesidade pode se tornar a maior causa de câncer nas mulheres na próxima década. 

Para chegar ao resultado, eles criaram um modelo que estima a proporção de tumores que poderiam ser atribuídos à obesidade usando dados da Organização Mundial da Saúde e da "International Agency for Research on Cancer". 

(Folha Online)



Fast food controla a sua mente

É oficial. Aquele balde de sorvete realmente pode controlar seu cérebro e dizer "me coma". Um estudo americano pelo Centro Médico UT do Sudoeste em Dallas descobriu que a gordura de alguns alimentos tais como sorvete e hamburgueres vai direto para o cérebro. Uma vez lá, as moléculas de gordura acionam o cérebro para enviar mensagens para as células do corpo, alertando-as para ignorar os sinais que suprimem o apetite da leptina e insulina, hormônios envolvidos na regulação do peso - o que pode durar até três dias! "Normalmente, nosso corpo é preparado para dizer quando nós comemos o suficiente, mas isso nem sempre acontece quando estamos comendo algo saboroso", afirmou em um comunicado a pesquisadora Deborah Clegg. 

"O que nós mostramos nesse estudo é que toda a química do cérebro de uma pessoa pode mudar em um período muito curto de tempo. Nossos resultados sugerem que quando você come algo com elevado teor de gordura, seu cérebro leva uma 'pancada' de ácidos graxos, e você se torna resistente à insulina e leptina. E já que você não recebe a ordem para parar de comer, você acaba comendo demais."

Os pesquisadores também descobriram que um tipo específico de gordura - o ácido palmítico, que é encontrada na carne, manteiga, queijo e leite - é particularmente eficaz em instigar esse mecanismo.

O estudo foi realizado em ratos e camundongos, mas os cientistas dizem que seu estudo, publicado no Jornal de Investigação Clínica, reforçou recomendações comuns de dietas para limitar o consumo de gordura saturada pois elas "fazem com que você comer mais".

O estudo foi conduzido expondo ratos e camundongos a gordura de diversas formas - através da injeção de vários tipos de gordura diretamente no cérebro, através da infusão de gordura na artéria carótida ou alimentar os animais através de um tubo no estômago três vezes por dia.

Os animais receberam a mesma quantidade de calorias e gorduras e somente o tipo de gordura foi variada. Os tipos incluíram ácido palmítico, ácidos graxos monoinsaturados e insaturados, o ácido oléico que é encontrado em óleos de oliva e uva. "Este tipo de ação foi muito específica para o ácido palmítico, que é muito rica em alimentos que são ricos em gordura saturada", disse Clegg.

(Reuters)

sábado, 29 de setembro de 2012

Casados têm mais chances de sobreviver a câncer

Pessoas casadas têm mais chances de sobreviver ao câncer do que as que estão se separando no período em que são diagnosticadas, segundo um estudo americano. Pesquisadores da Indiana University analisaram dados de 3,8 milhões de pessoas diagnosticadas com câncer entre 1973 e 2004. Eles constataram que entre os participantes casados, as chances de viver pelo menos cinco anos após o diagnóstico foram de 63%. Entre os que haviam se separado recentemente, as chances caíram para 45%. A equipe concluiu que o estresse provocado pela separação afeta a imunidade do paciente, tornando-o mais vulnerável à doença. O impacto do casamento sobre a saúde já foi alvo de estudos anteriores e os especialistas acreditam que o amor e o apoio do parceiro sejam essenciais na luta contra a doença. O novo estudo, [publicado] na edição de novembro da revista científicaCancer, da American Cancer Society, parece confirmar essa teoria.

A equipe analisou índices de sobrevivência ao câncer durante cinco e dez anos entre casados, nunca casados, divorciados, viúvos e recém-separados. Depois dos casados, o grupo dos participantes que nunca foram casados apresentou os melhores resultados, seguido pelo grupo dos divorciados e, depois, pelos viúvos. "Pacientes que estão se separando na época do diagnóstico podem ser um grupo particularmente vulnerável", disse Gwen Sprehn, principal autora do estudo. "A identificação de estresse associado a relacionamentos no período do diagnóstico poderia levar, logo cedo, a intervenções que poderiam ter um impacto favorável na sobrevivência (do paciente)", sugeriu Sprehn.

Entre as possíveis intervenções mencionadas pelos especialistas estariam, por exemplo, tratamentos psicológicos. A pesquisadora acrescentou, no entanto, que são necessárias mais pesquisas sobre o assunto principalmente para identificar a razão desses padrões de sobrevivência. (...)

(G1 Notícias)

A batalha pela mente (conclusão)

Mentalmente cegos

“Os que violam as leis da saúde ficarão mentalmente cegos e transgredirão a lei de Deus.” – Temperança, p. 80

A reforma de saúde não foi dada para nos salvar, mas para nos proteger.

Canal de comunicação

“Os nervos do cérebro, que se ligam com o organismo todo, são o meio pelo qual o Céu se comunica com o ser humano e afeta a sua vida íntima. O que quer que atrapalhe a circulação da corrente elétrica no sistema nervoso, debilitando assim as forças vitais e diminuindo a suscetibilidade mental, vem tornar mais difícil o despertar da natureza moral.” – Educação, pág. 209

“É a mente que adora a Deus e nos põe em contato com os seres celestiais. No entanto muitos passam toda a vida sem instruir-se acerca do estojo [o corpo humano] que contém esse tesouro.” –Fundamentos da Educação Cristã, pág. 426

“Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? ... porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado.” I Coríntios 3:16 e 17

(Baseado na apostila “Evangelismo e Saúde”, de Elisa e Sidionil Biazzi)

Leia também: "A batalha pela mente (parte 15)"

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Frutas e legumes para a saúde cognitiva

Um estudo da Universidade Heinrich-Heine, na Alemanha, traz mais evidências de que o consumo de frutas e legumes pode melhorar o aprendizado, a memória e o raciocínio de pessoas saudáveis. Avaliando 193 pessoas com idades entre 45 e 102 anos, os pesquisadores observaram que aqueles com a maior ingestão diária de vegetais (cerca de 400g) tinham maior nível de antioxidantes, menores indicadores de danos oxidativos e melhor desempenho cognitivo do que aqueles que consumiam menos de 100g de frutas e verduras por dia.

De acordo com os autores, é reconhecida a forte associação entre a ingestão de frutas e legumes e as defesas de antioxidantes naturais do corpo contra os radicais livres, além do fato de a má nutrição estar relacionada a um maior risco de problemas cognitivos. “Com esse trabalho, mostramos uma múltipla associação entre a ingestão de frutas e vegetais, as defesas antioxidantes e o desempenho cognitivo na ausência de doenças e independentemente da idade”, disse a pesquisadora Cristina Polidori, da Universidade de Bochum.

Baseados nos resultados, os especialistas recomendam melhorar a nutrição, com o aumento do consumo de frutas e legumes, como forma de prevenção à demência e outros problemas cognitivos. E mais estudos estão sendo planejados para confirmação, incluindo maior amostra e pacientes com doença de Alzheimer em vários estágios e com problemas cognitivos leves.

(Science Daily)

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Sexo: a verdade nua e crua


Josh McDowell é autor de muitos livros na área de apologética cristã e teologia, e muitos desses livros me ajudaram quando da minha transição do darwinismo para o criacionismo bíblico. Justamente por isso, fiquei surpreso quando um amigo me indicou o livro A Verdade Nua e Crua (CPAD), escrito por McDowell e Erin Davis. “Josh escrevendo sobre sexo?”, pensei, com certa estranheza. Claro que nada o impedia de escrever sobre isso, mas o que me deixou empolgado foi imaginar Josh usando toda a capacidade argumentativa dele para tratar de um tema dominado pelo relativismo e pela desinformação. Mais do que depressa, comprei o livro e li-o em poucas horas (sim, o livro é pequeno; tem apenas 150 páginas). Não me decepcionei. É apologética aplicada aos relacionamentos e à sexualidade, com informações consistentes e argumentos imbatíveis – a menos que o leitor persista na teimosia e resolva colher as consequências da atitude “nada a ver” assumida por muitos jovens. Mas, se você é mais sensato que isso e se preocupa com sua saúde espiritual, sexual, relacional e física, não deve deixar de ler o livro e colocar seus conselhos em prática.

Outro detalhe me deixou muito feliz ao conhecer A Verdade Nua e Crua: muitas das informações que ele traz sobre a neuroquímica cerebral relacionada com o sexo eu só havia encontrado num livro ainda não traduzido para o português (confira minha resenha aqui). Tá certo que Hooked (o ótimo livro a que me refiro) é ciência pura do começo ao fim e explica detalhadamente o funcionamento de neurotransmissores como a ocitocina, a vasopressina, a dopamina e a noradrenalina, mas o livro de Josh não deixa por menos, dispensa os detalhes que provavelmente cansariam o leitor “médio” e extrai a essência das pesquisas científicas. Enfim, traz o suficiente para convencer muitos céticos e gente que anda em cima do muro, quando o assunto é sexo.

A Verdade Nua e Crua tem 39 capítulos que, na verdade, são respostas breves a perguntas relacionadas a amor, sexo e relacionamento. Logo de início, os autores afirmam que “o mundo reconhece que há fortes razões para se abster do sexo, mas Deus não nos chama apenas à abstinência. Ele nos chama à pureza. [...] [E] pureza é uma virtude. Não é simplesmente a escolha de evitar o sexo. É um compromisso de viver de acordo com o projeto de Deus. Pureza significa dizer não ao sexo, mas só para que você possa experimentá-lo no relacionamento de amor conjugal que Deus criou” (p. 15, 16).

No capítulo 2, os autores procuram mostrar que a Bíblia tem uma visão positiva do sexo. Citam Provérbios 5:19, em que Salomão fala sobre um encontro físico que satisfaz e inebria; citam também o livro de Cantares, repleto de descrições sensuais de cenas de amor entre um homem e uma mulher; e Paulo, que recomenda o sexo com frequência entre pessoas casadas. Assim, “os versículos que costumam retratar o sexo sob um aspecto negativo de fato não são sobre sexo. Estão relacionados ao mau uso do sexo fora do projeto de Deus. [...] Deus não é contra o sexo. Ele é tão a favor disso que deseja que todo homem e toda mulher experimentem o sexo de acordo com Seu projeto original” (p. 18, 19).

No capítulo 3, os autores falam do “hormônio do amor”, a ocitocina, neurotransmissor liberado pelo cérebro durante o ato sexual e/ou intimidades físicas, e que produz sentimentos de empatia, confiança e profunda afeição. “O propósito é criar um profundo laço ou vínculo humano”, explicam. “Mas há um detalhe”, completam. “Pesquisas provam que o projeto de Deus para a intimidade alcança seu melhor entre marido e mulher, sem outros parceiros sexuais.”

Exemplo citado pelos autores: um levantamento da Universidade de Chicago revelou que casais monogâmicos casados registram os níveis mais altos de satisfação sexual. Segundo o levantamento, 87% de todos os casais monogâmicos casados relataram que são “extremamente” ou “muito” satisfeitos com seu relacionamento sexual, e 85% se declararam “extremamente” ou “muito” satisfeitos emocionalmente. “Em outras palavras, a ocitocina está fluindo no cérebro de muitos casais casados!” (p. 22). Josh e Erin destacam ainda que os menos satisfeitos física e emocionalmente são os solteiros e casados que têm vários parceiros sexuais. “Quando esperamos até o casamento para fazer sexo, estabelecemos um nível de intimidade inigualável” (p. 22). Talvez por isso o número de separações seja maior entre casais cujas mulheres tiveram vida sexual ativa antes do matrimônio.

Conclusão do capítulo: “Mulheres que iniciam precocemente a atividade sexual e aquelas que têm vários parceiros são menos satisfeitas na vida sexual do que as mulheres que se casam com pouca ou nenhuma experiência sexual. O jornal USA Today chamou essa pesquisa de ‘vingança das senhoras da igreja’” (p. 23).

O órgão sexual mais poderoso

No capítulo 6, Josh e Erin falam um pouco mais do órgão sexual mais poderoso, o cérebro. Segundo eles (baseados em amplas pesquisas), o “cérebro não se torna automatizado para fazer escolhas rápidas e prudentes sobre sexo até que você esteja na faixa dos vinte anos. Neurocientistas descobriram que o cérebro de adolescentes ainda estão amadurecendo em outras áreas também. Uma das últimas partes do nosso cérebro a amadurecer é o sistema responsável por juízos sensatos e [por] acalmar emoções descontroladas. É chamada de córtex pré-frontal. [...] O sistema límbico [local em que ficam as emoções brutas] lida com urgências e desejos. Só o córtex pré-frontal é capaz de fazer escolhas coerentes com base em consequências futuras. Pense sobre isso desta forma: se o sistema límbico é um leão faminto, o córtex pré-frontal é um domador de leões bem treinado” (p. 33, 34).

Os autores reafirmam que “a mudança de funcionamento do sistema límbico para o córtex pré-frontal não costuma estar completa até os 25 anos [...], mas jovens nesse estágio de desenvolvimento estão tomando decisões sobre sexo que terão consequências para o resto de suas vidas. [...] [Não é à toa] que quase dois terços dos estudantes sexualmente ativos gostariam de ter esperado” (p. 34).

Essa informação mostra que os adolescentes precisam do aconselhamento de adultos nos quais eles possam confiar. E quando esses adultos devem ter se mostrado dignos dessa confiança? Exatamente na infância desses adolescentes. Família é tudo!

A mídia, de modo geral, não está nem aí para essas coisas (como também não está para os riscos do álcool, por exemplo). Fala apenas em “sexo seguro” com preservativos (Josh voltará a esse assunto mais à frente). Mas “ninguém desenvolveu um preservativo para a mente. Só Deus é capaz de proteger nosso órgão sexual mais poderoso até que tenhamos aquele relacionamento no qual somos capazes de desfrutar plenamente os prazeres mentais, emocionais e físicos que o sexo pode dar” (p. 35).

No capítulo 7, os autores aprofundam o tema da neuroquímica. Eles explicam que “o cérebro feminino recebe altas doses de ocitocina sempre que há toque e abraços. A vasopressina é um hormônio que faz a mesma coisa no cérebro masculino [isso é tratado em profundidade em Hooked]. No contexto de um relacionamento de amor e compromisso, o cérebro libera níveis crescentes de ocitocina e vasopressina para manter a segurança dos laços emocionais. Deus projetou nosso corpo para reagir fisicamente à intimidade em longo prazo, e essa resposta acontece no cérebro [permita-me um testemunho: depois de 15 anos de casados, minha esposa e eu experimentamos muito mais intimidade hoje do que antes; cada ano que passa o casamento fica mais gostoso]. Quando trocamos de parceiros continuamente, os níveis de ocitocina diminuem e o cérebro não funciona como esperado na liberação de ocitocina. Atividade sexual promíscua gasta a produção de vasopressina no cérebro masculino, tornando os homens insensíveis ao risco de relacionamentos de curto prazo. Sexo casual, sem compromisso, pode mudar seu cérebro literalmente no sentido químico” (p. 37). Ou seja, pessoas que não se preservam para o casamento ou que mantêm múltiplos relacionamentos prévios (“ficam”) estão prejudicando o futuro relacionamento com a pessoa com quem decidirão passar o resto da vida.

No contexto da química cerebral relacionada ao sexo, além da ocitocina e da vasopressina, há também o hormônio do “bem-estar” chamado dopamina (depois a gente fala da noradrenalina). “Se a ocitocina é a substância que nos diz que estamos apaixonados, a dopamina diz: ‘Preciso de mais!’ Pesquisadores detectaram níveis elevados de dopamina no cérebro de casais recém-apaixonados. A dopamina estimula o desejo provocando uma torrente de prazer no cérebro” (p. 37).

Só que a dopamina é “neutra”. Ela é liberada, independentemente de a causa ser construtiva/correta ou destrutiva/incorreta. Ela age como uma droga e o cérebro sempre vai pedir mais. Daí por que Salomão fala em “embriaguez” com a esposa (Pv 5:19). Se o sexo for praticado unicamente com o cônjuge, o(a) companheiro(a) fica literalmente “viciado” no cônjuge. Mas e se não for?

Josh e Erin explicam: “Cada vez que você passa para outro relacionamento, precisa ter um pouco mais de contato sexual a fim de satisfazer o desejo do seu cérebro por dopamina [motivo pelo qual geralmente em um novo relacionamento as intimidades partirão de onde foram interrompidas no relacionamento anterior], e o efeito dos laços emocionais começa a se desestabilizar. Além disso, pelo fato de a dopamina provocar uma intensa sensação de prazer, casais sexualmente ativos com frequência substituem os sentimentos de afeição por essa sensação de excitação. Seus relacionamentos se deterioram rapidamente quando começam a buscar mais dopamina em vez de verdadeira intimidade” (p. 37, 38).

Assim, vale a pena esperar e se preservar porque, “quando o sexo é reservado para o casamento, nosso cérebro ainda recebe doses de substâncias neuroquímicas que tornam o sexo tão excitante, e nosso cérebro pode, então, processar essas substâncias [ocitocina, vasopressina e dopamina] de maneira a promover relacionamentos e reações saudáveis” (p. 38).

Lembra-se da noradrenalina? Se a ocitocina e a vasopressina são “substâncias do amor” e a dopamina do prazer, a noradrenalina é a “substância da memória”. Quando experimentamos algo muito emocional e sensorial, a noradrenalina é liberada pelo cérebro e fixa essa recordação na memória. “Como os encontros sexuais são bastante emocionais e sensoriais, seu cérebro responde com uma dose dessa substância e fixa cada experiência em sua mente”, explicam os autores. E afirmam ainda que, “quando não esperamos até o casamento para fazer sexo, trazemos mentalmente nossos outros parceiros sexuais para o leito conjugal” (p. 39), tornando difícil obedecer à recomendação de Hebreus 13:4.

O perigo real das DSTs

Os capítulos 8 a 18 tratam de um tema delicado e extremamente preocupante: o aumento da incidência das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e suas consequências devastadoras. É para assustar mesmo, porque a mídia popular – mais uma vez – tenta colocar panos quentes sobre um tema grave, com a desculpa de que as pessoas têm mais é que “curtir” a vida. Filmes, novelas, livros e revistas ensinam um estilo de vida desregrado e glamourizam isso, sem mostrar o que acontece depois, com uma frequência muito acima do que as campanhas pelo “sexo seguro” estão dispostas a admitir.

Vamos aos fatos: “Nos anos 1960, médicos tratavam de duas principais DSTs – sífilis e gonorreia. Essas duas doenças podiam ser curadas com uma vacina. Hoje, os médicos reconhecem 25 DSTs principais, das quais 19 não têm cura. Nos anos 1960, um em cada 60 adolescentes sexualmente ativos contraia uma DST. Por volta dos anos 1970, esse número passou para um em cada 47. Hoje, um em cada quatro adolescentes sexualmente ativos está infectado” (p. 40). É isto mesmo o que você leu: um em cada quatro! E mais: “Em dois anos a partir de sua primeira relação sexual, metade dos adolescentes são infectados com pelo menos um das três DSTs comuns” (p. 40).

A DST mais comum é o HPV, ou papiloma vírus humano, transmitido facilmente e nem sempre evitado por preservativos. O dado estarrecedor é que 80% por cento de todas as mulheres terão HPV quando estiverem com 50 anos e 70% dos homens envolvidos sexualmente contraem HPV. Nos últimos cinco anos, o HPV matou mais mulheres do que a aids, geralmente em decorrência do câncer do colo uterino – e o número de mortes causadas por esse tipo de câncer tem aumentado assustadoramente entre mulheres jovens. Além disso, estima-se que 30 a 40% dos partos prematuros e mortes de bebês resultam de DSTs. “Se você escolher fazer sexo fora do casamento durante a adolescência, seu risco de infecção é de pelo menos 25% a cada ano. Se tivesse pelo menos uma chance em quatro de ser atingido por um raio, ninguém sairia durante uma tempestade” (p. 62). Sexo seguro?

No capítulo 11 são apresentadas correlações entre DSTs e adolescência, isso porque dois terços de todas as DSTs ocorrem com pessoas abaixo dos 25 anos; de cada cinco norte-americanos com HIV, três foram infectados na adolescência; os adolescentes são dez vezes mais suscetíveis do que adultos à doença inflamatória pélvica (DIP); em 2005, 50% dos casos de clamídia era em adolescentes; em 2002, a gonorreia era doença infecciosa mais registrada entre pessoas de 15 a 24 anos.

Mas por que os adolescentes são tão suscetíveis às DSTs? Para Josh e Erin (baseados em pesquisas), são duas as respostas: biologia e comportamento.

As razões biológicas para a alta susceptibilidade dos jovens em relação às DSTs estão relacionadas especialmente às mulheres. “No revestimento do colo uterino, uma jovem tem grande quantidade de células chamadas ‘células colunares’. Essas células estão expostas ao longo de todo o revestimento do colo uterino. À medida que a jovem cresce, essas células colunares são cobertas por células epiteliais escamosas. Essas células começam a formar camadas e, por fim, cobrem completamente as células colunares. Mas esse processo não está completo até que a mulher esteja em torno dos 25 anos” (p. 50, 51). Mas qual é o problema? Este: as células colunares são muito receptivas (como uma esponja) e qualquer doença que entrar em contato com elas acabará se fixando ali (as células colunares são mais de 80% mais receptivas a infecções do que as células epiteliais escamosas).

Assim, “uma garota de 15 anos tem uma em oito chances de desenvolver doença inflamatória pélvica (DIP) simplesmente fazendo sexo, ao passo que uma mulher de 24 anos tem apenas uma chance em oitenta na mesma situação. [...] Em geral, uma adolescente é 80% mais vulnerável a contrair DST do que alguém acima dos 25 anos” (p. 50, 51). E, para piorar, as adolescentes tendem a escolher parceiros sexuais mais velhos que, teoricamente, tiveram outras experiências sexuais com mais probabilidade de estar infectados (mais de 87% dos casos de DSTs não apresentam sintomas).

Pelo que se pode ver, a mulher frequentemente sai em maior desvantagem quando o assunto é sexo promíscuo. Ela deveria, portanto, ser mais firme e dizer não, levando em conta tudo o que está em jogo, no presente e no futuro. E o homem com H maiúsculo também deve dizer não, a fim de proteger a pessoa a quem ama (mesmo que ainda nem conheça essa pessoa).

Josh e Erin apontam uma “coincidência” interessante: as mudanças no colo do útero de uma mulher acontecem na mesma fase da vida em que o cérebro passa do sistema límbico (emoções brutas) para o córtex pré-frontal (tomada de decisões morais). “Está claro que Deus nos preparou para o máximo do sexo quando esperamos pelo seu tempo” (p. 51), concluem.

Além de a suposta proteção dos preservativos ser isto mesmo: suposta (já que eles não protegem assim tão eficazmente contra as DSTs), “não há um preservativo ou anticoncepcional no mercado que possa protegê-lo da influência do sexo em seu corpo, cérebro ou coração. Deus deseja nos dar segurança verdadeira com Seu projeto sem sexo fora do casamento. Somente o plano divino para sua vida sexual oferece 100% de proteção. [...] Abstinência antes do casamento e fidelidade durante o casamento são as únicas formas de garantir que você não será infectado por uma DST” (p. 55, 70).

O ex-cirurgião geral Everett Koop disse para Josh: “Você precisa adverti-los [os jovens] de que [a promiscuidade entre adolescentes] é algo assustador. Hoje, se você mantiver relações sexuais com uma mulher, não está se relacionando apenas com ela, mas com cada pessoa com quem essa mulher possa ter mantido relações sexuais nos últimos dez anos [muitas DSTs podem ficar incubadas por esse tempo], e com todas as pessoas com quem elas se relacionaram” (p. 86).

Por isso, embora isso pareça fora de moda, os pais devem orientar seus filhos a não namorar muito cedo. “Pesquisas provam que quanto mais cedo os jovens começam a namorar, mais são propensos a se tornarem sexualmente ativos” (p. 117). Veja só:

- Entre os que começam a namorar aos 12 anos, 91% fizeram sexo antes de concluir o ensino médio.

- Dos que retardaram o namoro até os 15 anos, 40% perderam a virgindade no ensino médio.

- Dos que esperaram até os 16 anos para começar a namorar, apenas 20% fizeram sexo antes da graduação.

No capítulo 13, os autores mencionam duas histórias tristes e representativas. Uma delas é a da menina que foi sexualmente ativa durante o ensino médio. Ela nunca apresentou sintomas de DST e nunca fez exames. Vários anos depois, encontrou o homem dos sonhos dela. Eles se casaram e tentaram começar uma família, mas ela não conseguia engravidar. Quando foi ao médico, a mulher descobriu que tinha DIP, causada por clamídia. Ela teve que voltar para casa e contar para o marido que eles nunca teriam filhos.

A outra história é de um rapaz que perdeu a virgindade aos 15 anos com uma garota a quem pensava amar. Dez anos mais tarde, ele aprendeu o que é o verdadeiro amor ao encontrar a mulher de sua vida e se casar com ela. Ela se casou virgem. Após vários anos de casados, a esposa descobriu que estava com câncer de colo do útero, provavelmente causado pelo HPV que o marido lhe havia transmitido sem saber. Embora ela tenha escolhido esperar, foi forçada a pagar um alto preço porque ele não esperou.

Quer se proteger e a quem você vai amar pelo resto da vida? Não pratique sexo antes do casamento. Espere por ele/ela. Depois de casado, vocês terão muitos anos de vida sexual ativa e de sexo realmente seguro, puro e intenso. Espere mais um pouco.

Saúde mental e pornografia

Como se não bastasse o perigo alarmante das DSTs, há também os riscos do sexo não marital para a saúde mental. E é sobre isso que Josh e Erin falam no capítulo 19, com mais dados impressionantes como estes:

- Adolescentes sexualmente ativas são 300% mais propensas a cometer suicídio do que adolescentes virgens.

- Meninos sexualmente ativos na adolescência são 700% mais propensos ao suicídio do que os rapazes que esperam.

- Mais de 25% das meninas sexualmente ativas entre 14 e 17 anos disseram que se sentem deprimidas, comparadas a 7,7% das virgens.

- Aproximadamente dois terços dos adolescentes que fizeram sexo dizem que desejariam ter esperado. “A culpa de ter cedido algo que não pode ser recuperado pode durar mais do que qualquer outra consequência” (p. 75).

A Dra. Freda McKissic Bush, do Medical Institute for Sexual Health, citada por Josh e Erin, diz que “com quanto mais pessoas você mantiver relações [sexuais], mais dificuldade terá para formar relacionamentos saudáveis no futuro, quando estiver pronto para estar com uma só pessoa” (p. 74).

Vale ou não a pena esperar? “O sexo após o casamento equivale à segurança. O sexo fora do casamento leva à insegurança, culpa, vergonha, depressão, desespero e sofrimento. [...] Todos os que praticam o sexo antes do casamento estão roubando de seu futuro cônjuge uma área singular de crescimento juntos como casal” (p. 75, 91).

Sobre a pornografia (assunto tratado no capítulo 37), os autores comentam que o prazer gerado pela contemplação de imagens pornográficas também está relacionado com a dopamina, o que acaba viciando as pessoas e fazendo com elas se tornem dependentes de mais “doses” para obter prazer. A noradrenalina agirá “prendendo” as imagens no cérebro, o que também causará problemas no relacionamento sexual com o cônjuge.

Assim, desde cedo é preciso haver cuidado com a exposição a imagens de conteúdo sexual. “Pesquisadores [...] observaram que adolescentes expostos a muito conteúdo sexual na TV [...] são duas vezes mais propensos a fazer sexo no ano seguinte do que os expostos a pouco conteúdo [dessa natureza]” [...], e que “a pornografia [...] induz os jovens a buscar experiências sexuais” (p. 129).

Resumo de todos os males: “Sexo fora do casamento expõe as pessoas a doenças; coloca-as em risco de ter filhos sem se casar; afeta de modo negativo sua capacidade de criar vínculos; e pode levar à depressão, insegurança e aumento da tendência ao suicídio. Monogamia mútua no contexto do casamento lhe dá a liberdade para desfrutar dos prazeres do sexo sem nenhuma das consequências citadas” (p. 96). Você quer livre ou escravo? Feliz ou infeliz? A escolha é sua.

Errei, e agora?

A Bíblia diz que “tudo [Deus] fez formoso em seu tempo” (Ec 3:11, grifo meu). Mas, e se você se adiantou e fez antes do tempo o que deveria ter esperado para desfrutar somente no contexto matrimonial? E se você nasceu num ambiente desfavorável e somente conheceu os princípios bíblicos depois de ter cometido erros e caído em pecado? Não há mais esperança para você? A fixação de memórias pela noradrenalina é um mal inapagável? Graças a Deus, não.

Em João 1:9, lemos: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (grifo meu). O primeiro passo, portanto, consiste em admitir que sua atividade sexual antes e fora do casamento é pecado. Não se trata de um “erro” ou um “deslize”. Não. É pecado. Depois é só confessar a Deus e pedir de coração a purificação.

Em 2 Coríntios 5:17, lemos: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (grifo meu). Quando aceita Jesus como Salvador, a pessoa renasce e deixa para trás as “coisas velhas”. Ela pode dizer como Paulo: “Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo” (Fp 3:13, 14). Claro que algumas consequências do comportamento irresponsável podem acompanhar você por toda a vida – uma doença, a esterilidade ou mesmo um filho –, mas o perdão e a purificação lhe são garantidos por Deus.

“Nossa cultura [evolucionista] ensina que o homem não é diferente dos animais no sentido de que o sexo é uma necessidade que precisamos satisfazer. A fim de seguir rumo à libertação do pecado sexual, é preciso entender que você não é um animal. Você foi feito à imagem de Deus (Gn 1:26), logo seu desejo por sexo não é como a experiência dos animais. Sua maior necessidade é por um relacionamento de intimidade com Deus. Essa é uma importante verdade. Se você tem procurado o sexo em vez de Deus para satisfazer sua maior necessidade, é provável que tenha enfrentado derrotas, porque está tentando suprir uma necessidade espiritual com um prazer físico. [...] Peça que Ele satisfaça os anseios do seu coração” (p. 136).

Leia A Verdade Nua e Crua e coloque em prática seus conselhos. Seu presente e seu futuro agradecem.

Michelson Borges

Nota: A edição em língua portuguesa de The Bare Facts, publicada pela CPAD, tem apenas um defeito: os editores se esqueceram de colocar as referências do livro. Como os autores mencionam muitas pesquisas e publicações importantes, úteis para os leitores que queiram aprofundar seus conhecimentos, esse lapso acaba sendo “grave”, infelizmente. Já comuniquei a editora sobre isso e espero que numa futura edição o problema seja resolvido.[MB]