Muitos
estudos já mostraram uma relação entre o sono insuficiente e consequências
negativas à saúde e ao dia a dia, como o aumento do risco de obesidade e de
problemas cardiovasculares e mentais. No entanto, pouco se sabe sobre o que
acontece no organismo após uma noite mal dormida e que desencadeia efeitos como
esses. Segundo um novo estudo inglês, a resposta está nos genes – ou seja, a
privação do sono reduz a atividade de vários genes, entre eles alguns
associados à regulação do metabolismo, alterando funções como o apetite, a
queima de calorias e os sistemas imunológico e cardíaco. Essas conclusões foram
publicadas nesta segunda-feira no periódico Proceedings
of the National Academy of Sciences (PNAS).
No
estudo, 26 voluntários, em um ambiente controlado, passaram uma semana dormindo
durante o tempo adequado (aproximadamente 8,5 horas) e outra semana dormindo poucas
horas (5,7 horas em média). Ao longo de todos esses dias, os pesquisadores
analisaram os genes dos participantes a partir de amostras de sangue recolhidas
deles. Segundo os resultados, um grande número de genes se tornou menos ativo
na semana em que houve privação do sono.
De
acordo com Simon Archer, coordenador do estudo, o próximo passo de sua equipe
será investigar de que forma poucas horas de sono, ao reduzirem a atividade de
determinados genes, afetam a saúde a longo prazo. Archer também quer descobrir
se há pessoas mais vulneráveis do que outras aos efeitos negativos de um sono
insuficiente.