sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Consumo de carne prejudica vida na Terra

Os habitantes do mundo rico deveriam tornar-se “semitarianos” – ou seja, comerem a metade da quantidade de carne à qual estão acostumados, sem precisarem abrir mão totalmente dela –, para evitar causar danos graves ao meio ambiente. A recomendação é de cientistas que apresentaram o quadro mais claro até agora de como as práticas agropecuaristas estão destruindo o mundo natural. Os cientistas disseram que o escândalo da carne de cavalo trouxe à tona o lado sombrio de nosso desejo por carne, que alimentou um comércio de animais de corte não documentados e refeições prontas de preço baixo e rótulos enganosos. “Existe risco para a cadeia alimentar”, comentou o professor Mark Sutton, que cunhou o termo “semitariano” e é o autor principal de um estudo da Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) publicado na segunda-feira (18). “Agora é um bom momento para conversar com as pessoas sobre esse assunto.”

A busca por carne cada vez mais barata nas últimas décadas - a maioria das pessoas, mesmo nos países ricos, consumia significativamente menos carne uma ou duas gerações atrás - gerou uma expansão maciça da pecuária intensiva. Com isso, quantidades imensas de grãos foram desviadas do consumo humano para o consumo animal, exigindo o uso intensivo de fertilizantes, pesticidas e herbicidas e, de acordo com o relatório da Unep, “provocando uma teia de poluição do ar e da água que está prejudicando a saúde humana”.

Os resíduos que escoam desses produtos químicos estão criando zonas mortas nos mares, levando ao crescimento de algas tóxicas e à mortandade de peixes, enquanto outros ameaçam a sobrevivência de abelhas, anfíbios e ecossistemas sensíveis. “A atenção atraída por esse escândalo da carne destacou a questão da carne de baixa qualidade. Isso tudo mostra que a sociedade precisa refletir muito mais sobre os animais de corte e as escolhas alimentares, pelo bem do meio ambiente e da saúde”, disse Sutton.

A resposta, segundo o cientista, está no consumo de mais vegetais e menos proteína animal. “Coma carne, mas com menos frequência. Faça dela algo especial”, ele aconselhou. “O tamanho das porções é crucial. Muitas porções são grandes demais - são maiores do que as pessoas querem consumir. É preciso pensar em mudar hábitos, em dizer ‘gosto do sabor, mas não preciso comer tanto’”.

Ao encherem seus pratos com legumes e verduras, além de carne, as pessoas ficarão mais bem nutridas. “A maioria das pessoas não percebe a diferença”, disse Sutton, citando um evento recente da ONU em que o chef usou um terço da quantidade habitual de carne, incluindo mais vegetais para compensar, e mais de 90% dos convidados ficaram igualmente satisfeitos. [...]

De acordo com o relatório da Unep, intitulado “Nosso mundo nutricional: o desafio de produzir mais alimentos e energia com menos poluição”, a produção de carne é responsável por 80% do nitrogênio e fósforo usados na agropecuária. Esses nutrientes são produzidos a um custo global muito alto, mas a maior parte acaba desperdiçada no estrume dos animais. Em algumas regiões do mundo, os nutrientes são escassos, resultando em plantações menos produtivas.

A Unep avisou: “A não ser que sejam tomadas medidas, a elevação da poluição e o aumento do consumo per capita de energia e produtos animais vão exacerbar as perdas de nutrientes, os níveis de poluição e a degradação dos solos, ameaçando mais ainda a qualidade de nossa água, nosso ar e nossos solos, afetando o clima e a biodiversidade.”

O estudo também propôs uma série de medidas com as quais seria possível tornar a pecuária menos nociva ambientalmente, desde medidas simples como o armazenamento mais seguro e o uso mais econômico dos fertilizantes até a captura das emissões de gases estufa resultantes de sua produção. O consumo de nitrogênio poderia ser reduzido em 20 milhões de toneladas até 2020, poupando 10 bilhões de libras por ano. A reutilização de resíduos, como estrume, e o tratamento de esgotos com métodos modernos também poupariam centenas de bilhões de dólares.


Nota: Deixe a carne de lado e (1) tenha mais saúde, (2) contribua para a preservação do meio ambiente e (3) poupe os animais de tanto sofrimento. A dieta vegetariana é comprovadamente a melhor opção para a humanidade. Fazia parte do projeto original de Deus (Gênesis 1:29) e continua fazendo parte das recomendações inspiradas dEle para nós.[MB]

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