segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Você sabe como é fabricada a margarina?

Nas prateleiras dos supermercados, a grande dúvida: O que passar no pão, manteiga ou margarina? A diferença básica entre as duas poderia ser resumida no fato de que a primeira é de origem animal e a segunda de origem vegetal. Mas todo resumo pode esconder detalhes importantes... Tudo começa com um processo químico chamado hidrogenação. De forma simplificada, é  o acréscimo de hidrogênio ao óleo vegetal, matéria-prima usada na fabricação da margarina. De óleo, ele passa a ser gordura, com ponto de fusão em temperatura mais alta e com maior estabilidade no processo de oxidação. Em resumo, a partir da hidrogenação os óleos se solidificam, dando origem à gordura hidrogenada, base da margarina. O problema é que o processo de hidrogenação dos óleos forma isômeros trans dos ácidos insaturados. A famosa gordura trans, conhecida por reduzir o bom colesterol (HDL) e elevar o mau colesterol (LDL).

A gordura trans também é encontrada em quantidades pequenas em animais como bois, cabras, ovelhas e búfalos (de 2 a 5% da gordura total desses animais). Mas, no caso dos óleos vegetais parcialmente hidrogenados, representam de 50 a 60% da gordura total. E qual a diferença?

Um detalhe importante é que o tipo de gordura trans predominante nos animais (carne, leite e derivados) é diferente daquele predominante em margarinas, gorduras vegetais hidrogenadas e óleos comerciais parcialmente hidrogenados.

A preocupação dos especialistas com relação às gorduras trans está concentrada especialmente nos produtos industrializados e não na gordura presente na carne e no leite naturais e integrais. Além disso, o organismo reconhece a gordura da manteiga como natural e consegue metabolizá-la, o que não acontece com a margarina, que é recebida pelo organismo como uma gordura “estranha”.

Mas... e as margarinas sem gordura trans? A partir da década de 50, estudos demonstraram efeitos adversos relacionados a esse tipo de gordura, como ataques cardíacos, alguns tipos de câncer, diabetes, disfunção imunológica e obesidade.

Com a descoberta de tantos malefícios, muitas indústrias passaram a lançar no mercado margarinas livres do “problema”. O que não quer dizer que elas tenham se tornado mais saudáveis.

Uma das saídas encontradas pelos fabricantes foi acrescentar à fabricação o processo deinteresterificação, que não gera gordura trans e mantém a textura cremosa do produto. Todas as margarinas com zero trans têm gordura interesterificada, que nada mais é que um óleo vegetal modificado quimicamente.

Há também a margarina light, que contém alto teor de água e por isso é reduzida em gorduras e calorias quando comparada em um mesmo volume com as margarinas tradicionais.

Mesmo com as novas alternativas industriais, a qualidade do produto alimentício não mudou. Vale lembrar que a margarina é artificial, cuja base, um óleo vegetal produzido sob alta pressão e temperatura, é totalmente modificado pela hidrogenação química.

Após a hidrogenação, branqueadores modificam a cor acinzentada e retiram o odor desagradável que fica na gordura. Ao produto são adicionados pelo menos sete aditivos químicos sintéticos entre corantes, aromatizantes, espessantes e vitaminas A sintéticas. A margarina vai então para os mercados com o rótulo de “alimento saudável”.

Ah, o marketing... A conhecida propaganda de margarina, que relaciona o consumo do produto a ambientes saudáveis e alegres, é em geral estrelada por atores bonitos que formam a clássica “família feliz”. Uma forma bastante convincente para arrebanhar um número crescente de consumidores ao longo dos anos. Entre 1910 a 1970, o consumo de gordura animal entre os norte-americanos baixou de 83% para 62% e o consumo de óleos vegetais e margarina aumentou 400%.

A história do seu surgimento está relacionada a uma grave crise econômica na França, no final do século XIX, quando produtos como a manteiga aumentavam de preço e o país necessitava de gêneros alimentícios que tivessem fácil conservação e um preço razoável.

Após vários experimentos, o químico Mége Mouriés conseguiu produzir uma nova gordura que seria a base da margarina. A palavra vem do “margaron”, que significa “pérola”, devido à aparência perolada que conhecemos.

Até hoje, o apelo financeiro é determinante. Muitos produtos industrializados têm como base a gordura hidrogenada por seu baixo custo industrial – e um alto custo para a saúde.

(Fonte: Alimentos Orgânicos – Ampliando os conceitos de saúde humana, ambiental e social, de Elaine de Azevedo. Ed. Senac, 2012; via Superinteressante)

Nota: Entre um alimento feito com gordura animal e um produzido de maneira industrial e nocivo, é melhor abandonar os dois.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Perda de memória e ingestão de “junk food”

Um grupo de cientistas da Austrália vinculou a perda de memória com a ingestão da chamada “junk food”, após realizar um experimento com ratos que foram submetidos a uma dieta de açúcar e gorduras, informou nesta terça-feira (17) a imprensa local. Margaret Morris, chefe da pesquisa realizada pela Universidade de Nova Gales do Sul, afirmou que os ratos com uma dieta pobre mostraram, seis dias após o início dos experimentos, sintomas de perda de memória ao serem submetidos a testes relacionados com a memória espacial. “Os animais evidentemente não estavam obesos após seis dias, mas as mudanças na capacidade cognitiva, como a perda da memória, ocorreram antes de qualquer variação de peso”, declarou Margaret à emissora ABC, e acrescentou que ficou surpresa com a rapidez com que os animais perderam essas faculdades mentais.

Os cientistas notaram que os ratos alimentados com uma dieta com alta concentração de gorduras e açúcar tinham uma inflamação na região do hipocampo, a parte do cérebro que está relacionada com a formação e o armazenamento da memória e uma das primeiras regiões afetadas pela mal de Alzheimer.

“Ainda é muito cedo para afirmar que existe um vínculo causal entre os dois, mas achamos que provavelmente a inflamação é altamente relevante no declive cognitivo”, comentou a cientista. “É difícil afirmar que o mesmo ocorre com os humanos. Mas existem dados sobre pessoas que se submeteram voluntariamente a testes em que se alimentavam de ‘junk food’ por cinco dias e que perderam suas funções executivas”, apontou Margaret, ao citar como exemplo que necessitavam de mais tempo para reagir.

Por outro lado, Manny Noakes, especialista em nutrição da Organização para a Pesquisa Industrial e Científica do Commonwealth (CSIRO, sigla em inglês), na Austrália, disse à ABC que o estudo traz uma reflexão sobre o impacto da “junk food” nas pessoas à medida que envelhecem e em torno da conexão entre uma boa dieta e melhoras na memória.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Não estou criando meus filhos para este mundo

Ontem [4/11], no jantar, o assunto foi animado lá em casa (e por isso, também, é bom que as famílias tenham suas refeições com todos à mesa e com a TV e outros equipamentos desligados). Minha filha mais nova disse estar se sentindo meio “isolada” na escola – isso que ela tem apenas oito anos e estuda num colégio adventista. Disse-nos que algumas amiguinhas já falam em “ficar” (seja lá o que isso signifique para crianças nessa idade) e assistem a novelas e quase a qualquer tipo de filmes (por isso não estranho o comportamento dessas crianças). A mais velha também nos contou que recebeu convite para ir ao cinema com algumas amigas. Graças a Deus, elas têm força moral para dizer não a diversões que não são recomendadas para pessoas que estão se preparando para uma vida mais elevada e que não será contada em anos. Minha esposa e eu oramos todos os dias para que nossos filhos sejam capazes de equilibrar na balança da vida as amizades, a sociabilidade e a firmeza na prática dos princípios que procuramos ensinar para eles. Queremos que eles saibam que não os estamos criando para este mundo, e que os passatempos, as leituras, os filmes, os desenhos animados, as músicas somente devem ser consumidos se puderem edificar, de alguma forma, sempre sob o controle de qualidade de Filipenses 4:8. Com uma vida tão curta e que passa tão depressa, não podemos nos dar ao luxo de desperdiçar um minuto sequer (e é essa a lição do Salmo 90, estudado exatamente hoje pelos que estão participando do projeto Reavivados por Sua Palavra).

Lá em casa, praticamente assistimos apenas à TV Novo Tempo (essa eu recomendo), e pelo fato de a TV permanecer desligada boa parte do tempo e minhas filhas terem restrições à internet, elas conseguem ler vários livros bem selecionados. Já leram muitos da Casa Publicadora Brasileira (que também recomendo sem pestanejar) e até clássicos como O Peregrino e A Peregrina. Isso me deixa muito feliz, pois sei que essas leituras vão marcá-las positivamente por toda a vida. Filmes e novelas também deixam marcas, mas essas não combinam com quem procura uma vida melhor e almeja o Céu. Na verdade, apenas atrapalham, secularizam, insensibilizam.

Expliquei para minhas meninas que “ficar” é uma forma de desvalorizar as pessoas e de banalizar algo que deveria na hora certa ser uma bênção e um momento especial na vida: o namoro. Disse-lhes que esses meninos que veem as meninas como objeto, no futuro, geralmente procuram outro tipo de menina para um relacionamento mais sério. Disse-lhes que elas merecem outro tipo de garoto: que dê valor aos sentimentos, ao respeito e ao cavalheirismo (ano passado até tive um jantar especial com a mais velha, a fim de demonstrar como um cavalheiro deve se comportar diante de uma dama, e, ao chegar em casa, dei-lhe um cartãozinho e disse: “Quando você encontrar um moço que a trate desse jeito, isso será um bom indicativo.”). (Um ótimo livro para pais de meninas é o Educando Meninas, de James Dobson. Você precisa ler.)

Quanto ao cinema, disse-lhes que nossa igreja não recomenda a frequência a esse tipo de ambiente por vários motivos, entre os quais, a forte carga de estímulos a que eles nos submetem e a quase total cessação dos pensamentos conscientes/críticos (conforme mostro nesta palestra: http://goo.gl/onwEwr). Lembrei-lhes que já passamos pela experiência de alugar um filme aparentemente bom e tivemos que interrompê-lo e devolvê-lo sem assistir, porque continha conceitos contrários aos nossos valores. Seria possível fazer isso no cinema? Filmes na telona (assim como música fortemente ritmada e comida condimentada) geram estímulos difíceis de ser igualados pelas “experiências normais”, e a pessoa que se submete a essas “descargas sensoriais” vai querer mais disso depois. Instala-se o vício dopamínico. Se na TV um filme pode ser nocivo (daí a importância de escolher bem), na telona o malefício é exponencialmente pior.

Ok, sei que meu discurso aí acima pode parecer um tanto obsoleto para a cultura pós-moderna, mas não sou obrigado a aderir a modismos comportamentais (alguns dos quais se verificam nocivos depois; confira: http://goo.gl/HNraV1). Prefiro ficar com a sabedoria milenar e inspirada que está contida nas páginas da Bíblia. Além disso, já vivi no “outro lado”, antes de entregar minha vida completamente a Jesus. Já vi muitos filmes cujas imagens daria tudo para não estar guardadas em minha mente; já perdi muito tempo lendo bobagens; já fiquei inebriado diante da tela do cinema e tendo dificuldades, depois, para abandonar o vício; já ouvi músicas que mexeram com minhas emoções de um modo que eu gostaria de ter evitado, se soubesse o que sei hoje. Depois que conheci um “caminho melhor”, tudo mudou. O prazer passou a vir de coisas simples como um jantar ou um passeio em família em meio à natureza. A felicidade passou a não depender de situações, substâncias, momentos, festas, coisas e/ou pessoas. Ela vem de dentro. Vem do alto. E é esse caminho melhor que quero apresentar para os meus filhos. Sou pai. Tenho uma missão. E não vou me esquivar dela.

Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” (Jo 2:15).

Michelson Borges

Comentário da psicóloga adventista e neurocientista da USP Rosana Alves: “Meus irmãos e eu fomos educados assim pelos nossos pais e foi o melhor presente que poderiam ter nos dado. Substituir as horas em frente à TV pela leitura de bons livros, namorar somente após certa idade (acima dos 17 anos e com varias restrições), dormir cedo, alimentação saudável, ajuda nas tarefas domésticas, etc., fizeram de nós pessoas de bem. Resumo dizendo: as restrições do passado outorgaram-nos um presente livre de sequelas e arrependimentos. Valeu a pena! As pessoas já sabem que consegui alcançar êxito profissional (contei no programa Consultório de Família, da Novo Tempo), mas a história mais incrível ocorreu com minha irmã Rosângela Rodrigues Morais, que também sempre estudou em escola pública, não frequentou as aulas do 3º ano do Ensino Médio (devido a um trauma cervical decorrente de um acidente automobilístico) e prestou o vestibular porque o médico permitiu que ela deixasse o hospital para realizar as provas. Resultado? Passou no vestibular da Universidade Estadual Paulista na primeira chamada. A dedicação ao trabalho de Deus, obediência aos pais, dedicação aos estudos e a constante leitura de bons livros se mostraram mais uma vez ser o segredo do sucesso. Pense nisso.”

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Suécia sem palmadas sofre com crianças mimadas

Marie Märestad, o marido e as filhas
A Suécia, primeira nação do mundo a proibir as palmadas na educação das crianças, se pergunta agora se não foi longe demais e criou uma geração de pequenos tiranos. “De certa forma, as crianças na Suécia são extremamente mal educadas”, afirma à AFP David Eberhard, psiquiatra e pai de seis filhos. “Eles gritam quando adultos conversam à mesa, interrompem as conversas sem parar e exigem o mesmo tratamento que os adultos”, ressalta. O livro Como as Crianças Chegaram ao Poder, escrito por Eberhard, explica porque a proibição das punições físicas – incorporada de forma pioneira ao código penal da Suécia em 1979 – levou, pouco a pouco, a uma interdição de qualquer forma de correção das crianças. “É óbvio que é preciso escutar as crianças, mas na Suécia isso já foi longe demais. São elas que decidem tudo nas famílias: quando ir para a cama, o que comer, para onde ir nas férias, até qual canal de televisão assistir”, avalia ele, considerando que as crianças suecas são mal preparadas para a vida adulta.

“Nós vemos muitos jovens que estão decepcionados com a vida: suas expectativas são muito altas e a vida se mostra mais difícil do que o esperado por eles. Isso se manifesta em distúrbios de ansiedade e gestos de autodestruição, que aumentaram de maneira espetacular na Suécia”, diz o psiquiatra.

Suas teses são contestadas por outros especialistas, como o terapeuta familiar Martin Forster, que sustenta que, numa escala mundial, as crianças suecas estão entre as mais felizes. “A Suécia se inspirou, sobretudo, na ideia de que as crianças deveriam ser ouvidas e colocadas no centro das preocupações”, afirma Forster. Segundo ele, “o fato de as crianças decidirem muitas coisas é uma questão de valores. Pontos de vista diferentes sobre a educação e a infância geram culturas diferentes.”

O debate sobre o mau comportamento das crianças surge regularmente nas discussões sobre a escola, onde os problemas de socialização ficam mais evidentes. No início de outubro, o jornalista Ola Olofsson relatou seu espanto após ter ido à sala de aula de sua filha. “Dois garotos se xingavam, e eu não fazia ideia de que com apenas sete anos de idade era possível conhecer aquelas palavras. Quando eu tentei intervir, eles me insultaram e me disseram para eu ir cuidar da minha vida”, conta à AFP.

Quase 800 internautas comentaram a crônica de Olofsson. Entre os leitores, um professor de escola primária relatou sua rotina ao passar tarefas a alunos de quatro e cinco anos: “Você acha que eu quero fazer isso?”, disse um dos alunos. “Outro dia uma criança de quatro anos cuspiu na minha cara quando eu pedi para que ela parasse de subir nas prateleiras.”

Após um estudo de 2010 sobre o bem estar das crianças, o governo sueco ofereceu aos pais em dificuldade um curso de educação chamado “Todas as crianças no centro”. Sua filosofia: “Laços sólidos entre pais e filhos são a base de uma educação harmoniosa de indivíduos confiantes e independentes na idade adulta.” Um de seus principais ensinamentos é que a punição não garante um bom comportamento a longo prazo, e que estabelecer limites que não devem ser ultrapassados, sob pena de punição, nem sempre é uma panaceia.

“Os pais são instruídos a adotar o ponto de vista da criança. Se nós queremos que ela coopere, a melhor forma de se obter isso é ter uma relação estreita”, afirma a psicóloga Kajsa Lönn-Rhodin, uma das criadoras do curso governamental. “Eu acredito que é muito mais grave quando as crianças são maltratadas [...], quando elas recebem uma educação brutal”, avalia.

Marie Märestad e o marido, pais de duas meninas, fizeram o curso em 2012, num momento em que eles não conseguiam mais controlar as crianças à mesa. “Nós descobrimos que provocávamos nelas muitas incertezas, que elas brigavam muito [...] Nós tínhamos muitas brigas pela manhã, na hora de colocar a roupa para sair”, relembra essa mãe de 39 anos. “Nossa filha caçula fazia um escândalo e nada dava certo. [...] Nós passamos por momentos muito difíceis, até decidirmos que seria bom se ouvíssemos especialistas, conselheiros”, conta Märestad, que é personal trainer em Estocolmo.

O curso a ajudou a “não lutar em todas as frentes de batalha” e a dialogar melhor. Mas para ela, as crianças dominam a maior parte dos lares suecos. “Nós observamos muito isso nas famílias de nossos amigos, onde são as crianças que comandam.”

Segundo Hugo Lagercrantz, professor de pediatria na universidade Karolinska, de Estocolmo, a forte adesão dos suecos aos valores de democracia e igualdade levou muitos a almejarem uma relação de igual para igual com seus filhos. “Os pais tentam ser muito democráticos. [...] Eles deveriam se comportar como pais e tomar decisões, e não tentar ser simpáticos o tempo todo”, diz Lagercrantz.

Ele vê, contudo, algumas vantagens nesse estilo de educação. “As crianças suecas são muito francas e sabem expressar seu ponto de vista”, afirma. “A Suécia não valoriza a hierarquia e, de certa forma, isso é bom. Sem dúvida, essa é uma das razões pelas quais o país está relativamente bem do ponto de vista econômico.”



Nota: A estabilidade econômica não justifica a criação de pessoas desajustadas, e o argumento da brutalidade também não pode ser usado para defender o fim da disciplina, já que se trata de um extremo igualmente condenável. A experiência da Suécia mostra que, quando uma nação se afasta dos princípios bíblicos, acaba colhendo consequências negativas. Lembro-me de ter lido, anos atrás, uma entrevista publicada na revista Veja em que uma psicóloga falava que a geração criada pelos defensores da “paz e do amor” (a geração anos 60) reconheceu que a falta de limites não foi uma coisa boa para eles. Seus pais lhes deram toda a liberdade e agora eles queriam criar seus filhos de modo diferente, administrando a disciplina e impondo limites por amor. A criança que é amada entende que os pais lhe impõem limites justamente porque a amam. A Bíblia diz: “A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma envergonha sua mãe” (Provérbios 29:15). E Ellen White, inspirada por Deus, escreveu: “Administrem as regras do lar com sabedoria e amor, e não com vara de ferro. As crianças corresponderão com uma obediência voluntária à regra de amor. Elogiem seus filhos sempre que possível. Tornem sua vida tão feliz quanto possível. Proporcionem-lhes diversões inocentes. Tornem a casa uma Betel, lugar santo, consagrado” (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 114). “A Bíblia é um guia no governo dos filhos. Nela, se os pais quiserem, poderão encontrar um curso demarcado para a educação e o preparo de seus filhos, para que não cometam erros crassos. Quando se segue esse roteiro, os pais, em vez de transigirem ilimitadamente com os filhos, usarão com maior frequência a vara do castigo; em vez de serem cegos às suas faltas, ao seu temperamento perverso, e vivos apenas para as suas virtudes, terão claro discernimento e olharão para essas coisas à luz da Bíblia. Saberão que devem governar seus filhos do modo certo” (Orientação da Criança, p. 256). [MB]

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Comprovada ligação entre casamento feliz e boa saúde

Um estudo que ouviu centenas de pessoas casadas durante 20 anos nos Estados Unidos revelou que existe ligação entre uma boa saúde e um casamento feliz. O levantamento, feito por cientistas de universidades americanas, analisou informações fornecidas por 1.681 pessoas que permaneceram casadas com o mesmo parceiro entre 1980 e 2000. Os participantes foram divididos em dois grupos, um de casais que tinham entre 18 e 39 anos, e outro de casais entre 40 e 55 anos. Durante esse período, os participantes responderam seis vezes a perguntas que procuravam medir a felicidade deles no casamento e a existência de problemas conjugais. Os entrevistados também foram convidados a classificar sua saúde como excelente, boa, regular ou ruim. A conclusão foi que havia uma relação direta entre a felicidade dos casais e uma boa saúde, independentemente da idade dos cônjuges, embora os cientistas não tenham chegado a uma conclusão sobre qual desses fatores, a saúde ou felicidade, causou o outro.

“O casamento se mantém estável se estamos mal de saúde? O que descobrimos foi que existe uma relação entre a saúde e a felicidade nos dois grupos. Se eles estão bem de saúde, há mais felicidade”, diz Cody Hollist, da Universidade de Nebraska, coautor da pesquisa.

Os pesquisadores, por exemplo, concluíram que os casais que planejavam programas juntos, como jantares e cinemas [sic], tinham além de relacionamentos mais fortes, uma saúde melhor. Mas Hollist ressaltou que ainda não é claro como uma coisa influencia a outra. “Não há como saber se bons casamentos levam a uma boa saúde ou se casamentos ruins fazem você ficar doente”, diz o cientista.

Os pesquisadores também encontraram sinais de que curar doenças existentes parecia amenizar os problemas conjugais.

Uma descoberta que surpreendeu os pesquisadores, liderados por Richard Miller, da Universidade Brigham Young, em Utah, foi que aqueles que sobreviveram ao que, no início do estudo, pareciam ser casamentos problemáticos, mostraram uma melhoria na saúde ao longo do tempo. “Circunstâncias estressantes podem despertar algo em algumas pessoas que as faz procurar por caminhos mais saudáveis ao longo do tempo”, diz Hollist.

Essa não foi a primeira vez que pesquisadores encontraram uma relação entre romance e saúde. Em janeiro deste ano, um estudo publicado pela Universidade de Medicina de Viena constatou que beijos e abraços podem melhorar a saúde. O estudo foi divulgado na publicação científica Journal of Marriage and Family.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Mito ou realidade: vinho tinto faz bem à saúde?

Há alguns anos se divulga que uma dose moderada de vinho tinto todos os dias faz bem à saúde. Não só para combater o câncer, mas também para reduzir o colesterol e evitar coágulos nos vasos sanguíneos. Mas estudos recentes questionam as evidências desses benefícios e apontam que eles podem estar restritos a vinhos caseiros ou fabricados seguindo um modo de produção tradicional. Embora os cientistas concordem que o consumo moderado de vinho tinto possa ajudar a proteger o coração, reduzir o colesterol “ruim” e prevenir o entupimento das veias e artérias [benefícios do suco puro da uva, na verdade], há divergências sobre o que está por trás desses benefícios. Recentemente, um grupo de cientistas tentou descobrir por que o vinho tinto caseiro feito no Uruguai é tão saudável e chegou a sequenciar o código genético da uva Tannat, usado na produção do vinho. Os especialistas identificaram uma alta quantidade de procianidina, uma classe de flavonoide, compostos químicos encontrados em frutas, vegetais, chás, cereais, cacau e soja com benefícios antioxidantes e para prevenção ao câncer que vêm sendo estudados há anos.

Roger Corder, professor de terapias experimentais da Universidade Queen Mary, de Londres, é autor do livro The Red Wine Diet (A Dieta do Vinho Tinto, em tradução livre) e esteve por trás do estudo que pesquisou o vinho tinto uruguaio. Ele confirma que a uva Tannat contém um nível três ou quatro vezes maior de procianidinas do que a uva Cabernet Sauvignon.

O pesquisador diz que esses compostos, aliados aos taninos (que combatem o envelhecimento das células e também são encontrados no vinho) seriam os grandes responsáveis pelos efeitos positivos do vinho tinto sobre a saúde. Outros cientistas apontam para o papel do resveratrol, um composto encontrado na casca das uvas vermelhas. Saudado durante muitos anos como uma espécie de substância milagrosa, o resveratrol é um composto que, segundo os cientistas, poderia retardar o envelhecimento e combater o câncer e a obesidade.

Até o momento, estudos feitos em laboratório revelaram resultados animadores em testes com camundongos, mas ainda não foram encontradas evidências sobre a eficiência do composto em humanos.

Na Universidade de Leicester, na Inglaterra, testes com ratos indicaram que dois copos de vinho por dia podem reduzir a incidência de tumores nos intestinos - e os cientistas estudam maneiras de desenvolver o resveratrol como um composto isolado, para ser ingerido individualmente como uma droga para prevenir o câncer. Entretanto, para Roger Corder, da Universidade Queen Mary, de Londres, há pouca evidência sobre a importância do resveratrol. “É um mito que o resveratrol tenha qualquer coisa a ver com os benefícios do vinho tinto à saúde. A maioria dos vinhos tintos contém quantidades insignificantes de resveratrol e aqueles que possuem um pouco não contêm o suficiente para fazer qualquer efeito”, diz.

Ele diz que são as sementes, e não a casca da uva, que contêm o segredo do vinho tinto. Quando as uvas são fermentadas por diversas semanas ou mais, as sementes podem liberar flavonoides que evoluem como moléculas mais complexas. Mas a má notícia é que isso não acontece com todos os vinhos, diz o cientista, sugerindo que os grandes benefícios da bebida podem ser restritos a um modo de produção mais tradicional – semelhante ao vinho tinto caseiro uruguaio.

“A maior parte dos vinhos modernos não usa essa técnica durante a fabricação”, afirma o cientista, reforçando a necessidade do consumo moderado. “É muito difícil dizer que o vinho é uma bebida saudável quando as pessoas consomem muito álcool, na hora errado do dia e sem comer.”

Para Emma Smith, do Cancer Research UK, centro britânico de pesquisas para o câncer, é um erro tomar vinho tinto achando que isso fará bem à saúde. “O vinho tinto contém uma quantidade muito pequena de resveratrol e as pessoas não deveriam beber vinho com a intenção de obter benefícios para a saúde”, diz.

Ela ressalta que tradicionalmente o álcool tem uma ligação negativa com o câncer. “É importante relembrar que, mesmo em quantias moderadas, o álcool aumenta o risco de vários tipos de câncer e estima-se que seja a causa de cerca de 12.500 casos de câncer na Grã-Bretanha todos os anos.”


Nota: Tradicionalmente (mas seguindo princípios bíblicos), os adventistas do sétimo dia se abstêm de bebidas alcoólicas porque entendem que os malefícios delas (mesmo em pequenas quantidades, como já ficou cientificamente demonstrado) são muito maiores do que os supostos benefícios. Por vários anos, até mesmo médicos andaram “receitando” o consumo moderado de vinho para favorecer a saúde. Quem se pautava e se pauta pela Revelação de Deus, evidentemente, deixou de lado esses conselhos médicos e preferiu continuar seguindo a Palavra inspirada. Anos depois, o que acontece? Mais uma vez, vozes do meio da ciência se levantam para advertir que os conselhos médicos, a publicidade e o senso comum estavam errados. E as pesquisas mais recentes vão, novamente, ao encontro das orientações de Deus. Sempre será perigoso seguir conselhos, terapias e modismos dietéticos que vão de encontro à Revelação, afinal, quem nos criou sabe o que é melhor para nós. [MB]

sábado, 29 de junho de 2013

Duas refeições: pesquisa confirma a Revelação

Quem tem problemas com a balança com certeza já ouviu falar que é preciso comer de três em três horas para manter o metabolismo acelerado, e, assim, contribuir para o emagrecimento. No entanto, segundo um estudo apresentado no último domingo (23) na reunião anual da ADA (Associação Americana de Diabetes), em Chicago (EUA), comer duas refeições maiores durante o dia é mais eficaz na perda de peso do que fracionar as refeições. A pesquisa, realizada em Praga, na República Checa, foi feita com 54 pacientes com diabetes tipo 2. Eles foram divididos em dois grupos: em um, as pessoas comiam apenas duas refeições diárias maiores, enquanto no outro, os participantes faziam seis refeições com porções menores.

Durante 12 semanas, os pacientes seguiram uma dieta com a mesma quantidade calórica e de macronutrientes para depois trocar o regime de alimentação, ou seja, quem comeu apenas duas refeições passou a comer seis vezes ao dia. “A dieta prescrita foi rica em fibras e com 500 calorias a menos, já visando ao emagrecimento”, explica Hana Kahleova, uma das cientistas que participou do estudo.

Além de um aumento na perda de peso durante a fase em que só comiam duas vezes ao dia, os pacientes também apresentaram aumento na sensibilidade à insulina e melhora na função das células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina.

Para seguir a dieta corretamente, os participantes receberam tutoriais para aprender a compor o cardápio e em quais horários se alimentar, além de reuniões em grupo e individuais com nutricionistas.

“O resultado do estudo mostra que os pacientes com diabetes tipo 2 devem seguir a máxima de tomar o café da manhã como um rei, almoçar como um príncipe e jantar como um mendigo”, finaliza Kahleova.

De acordo com o endocrinologista da Sociedade Brasileira de Diabetes Antonio Carlos Lerário, é preciso levar em consideração que o estudo foi realizado com poucos pacientes e com uma dieta hipocalórica, que não costuma ser usual para os pacientes diabéticos. “Normalmente a dieta recomendada varia entre 1.000 e 1.500 calorias. Um cardápio  com poucas calorias é mais eficiente para diabéticos ou não, porém mais difícil de ser seguido e requer disciplina e força de vontade do paciente, além de acompanhamento médico”, explica.

Lerário também acredita que é necessário repetir o estudo em outros países para verificar se os resultados encontrados são semelhantes. “Às vezes, quando o estudo é repetido com outra população, os resultados encontrados são diferentes”, justifica.

Ainda que o estudo contrarie a recomendação da maioria dos nutricionistas, Lerário pondera que o resultado da pesquisa deve ser respeitado: “Os pesquisadores usaram parâmetros objetivos, como peso e os níveis de insulina, não foi nada subjetivo. Além disso, o ADA é rigoroso na seleção dos estudos que são apresentados no congresso”, afirma.


Nota: De quando em quando, a ciência confirma detalhes importantes revelados há muito tempo pelo Criador do corpo humano, deixando claro que não vale a pena seguir modismos nutricionais, médicos e comportamentais em detrimento daquilo que Deus mostrou por antecipação. Note o que escreveu Ellen White há mais de um século (detalhe: ela nunca estudou nutrição): “Em muitos casos, a fraqueza que leva a desejar alimento é sentida porque os órgãos digestivos foram muito sobrecarregados durante o dia. Depois de digerir uma refeição, os órgãos que se empenharam nesse trabalho precisam de repouso. Pelo menos cinco ou seis horas devem entremear as refeições; e a maior parte das pessoas que experimentarem esse plano verificará que duas refeições por dia são preferíveis a três” (A Ciência do Bom Viver, p. 304; grifo meu).

Quando me perguntam o que acho desse ou daquele procedimento (nutricional ou médico), como a acupuntura ou a homeopatia, por exemplo, respondo que prefiro ficar com as claras orientações que o Criador nos deixou por meio da Revelação. Ele nos ensinou oito remédios naturais, cuja sábia utilização confere saúde, e são eles: água, ar puro, luz solar, exercício físico, repouso, alimentação natural (de preferência vegetariana), abstinência do que é nocivo e confiança em Deus. Isso sempre funciona e se trata de fatores cujo funcionamento respeita as leis da fisiologia, portanto, são científicos, diferentemente de certas “terapias” que até podem funcionar, mas que geralmente são envolvidas numa aura de mistério.

Na matéria acima, a cientista Hana Kahleova diz que “o resultado do estudo mostra que os pacientes com diabetes tipo 2 devem seguir a máxima de tomar o café da manhã como um rei, almoçar como um príncipe e jantar como um mendigo”. Na verdade, é exatamente isso o que Ellen White ensina em seus livros, com a diferença de que ela diz que todas as pessoas (não apenas as diabéticas) deveriam adotar essa prática.

White ensina que o jantar deve ser leve e feito horas antes de dormir: “Na maioria dos casos duas refeições ao dia são preferíveis a três. O jantar, quando muito cedo, interfere com a digestão da refeição anterior. Sendo mais tarde, não é digerido antes da hora de deitar. Assim o estômago deixa de conseguir o devido repouso. O sono é perturbado, cansam-se o cérebro e os nervos, é prejudicado o apetite para a refeição matutina, o organismo todo não se restaura nem estará preparado para os deveres do dia” (Educação, p. 205).


De minha parte, prefiro continuar seguindo as recomendações do Criador do meu corpo. Elas são mais científicas - e são sempre seguras.[MB]

terça-feira, 11 de junho de 2013

Vegetarianos vivem mais do que quem come carne

Pesquisadores da Califórnia (EUA) analisaram as dietas de 73 mil frequentadores da Igreja Adventista do Sétimo Dia para o chamado Estudo da Saúde Adventista, e descobriram que aqueles que não consomem carne têm um risco de morte 12% menor em comparação aos outros. “Certas dietas vegetarianas estão associadas a reduções em todas as causas da [morte], bem como algumas causas específicas, incluindo doença cardíaca, doença renal, mortes relacionadas ao sistema endócrino e morte relacionada a outras doenças, como diabetes”, disse o pesquisador Dr. Michael Orlich, especialista em medicina preventiva na Universidade de Loma Linda, em Loma Linda, Califórnia. A grande questão que fica é por quê. Infelizmente, o estudo não foi desenhado para responder isso. Orlich observou: “Reduções de carne na dieta vegetariana podem ser parte da razão, mas também pode ser devido a maior quantidade de alimentos de origem vegetal.” Por fim, também é possível que os vegetarianos levem vidas mais saudáveis no geral.

Para o estudo, os pesquisadores usaram um questionário para avaliar os padrões alimentares e escolheram homens e mulheres que aderiram a uma das cinco dietas: não vegetarianos, semi-vegetarianos (comem carne ou peixe não mais do que uma vez por semana); pesco-vegetarianos (consomem peixes); ovo-lacto-vegetarianos (incluem produtos lácteos e ovos) e vegans, que não comem qualquer produto de origem animal.

Durante o tempo do estudo, que durou mais de cinco anos, 2.570 pessoas morreram. Os vegetarianos eram cerca de 12% do grupo com menor probabilidade de morrer de qualquer causa do que os consumidores de carne. E a vantagem de sobrevivência parecia ser mais forte nos homens do que nas mulheres. Além disso, os pesquisadores notaram que os vegetarianos tendem a ser mais velhos (com uma expectativa de vida maior) e mais educados, a realizar mais atividade física e menos propensos a beber álcool ou fumar do que os carnívoros.

O estudo também não identificou qual o tipo de dieta vegetariana fornece o maior benefício de sobrevivência, porque foram comparadas apenas com dietas não vegetarianas, e não umas com as outras. [...]

A nutricionista Nancy Copperman disse que a fibra em dietas vegetarianas pode ser o que está conduzindo a este traço de maior sobrevivência. “Não são apenas frutas e legumes, mas todos os tipos de fibras [incluindo grãos integrais] que parecem realmente reduzir os riscos à saúde”, disse ela. “O novo estudo empurra a literatura que estamos construindo sobre o impacto que os grãos integrais, frutas e vegetais pode ter sobre a saúde”. [...]

A recente pesquisa segue um outro estudo britânico divulgado em janeiro, o qual mostrou que os vegetarianos tinham cerca de um terço menos risco de hospitalização ou morte por doença cardiovascular do que as pessoas que consumem carne regularmente. O estudo incluiu 45 mil pessoas da Inglaterra e da Escócia, sendo um terço vegetarianos. Segundo os resultados, estes tinham uma chance 32% menor de serem hospitalizados ou morrerem de doença cardíaca. Eles também apresentavam menor pressão arterial e níveis de colesterol mais baixo do que os não vegetarianos.

domingo, 19 de maio de 2013

Ausência do pai e depressão em meninas

Um amplo estudo feito pela Universidade de Bristol, no Reino Unido, mostrou que meninas que tiveram os pais ausentes no início da infância, ou seja, até os cinco anos de idade, apresentam chances maiores de manifestar sintomas depressivos na adolescência do que aquelas que foram separadas do pai entre os cinco e dez anos de idade. O risco apresentado por elas também é maior do que o dos meninos, nas duas faixas etárias. O estudo, publicado nesta terça-feira no periódico Psychological Medicine, foi realizado com informações de 5.631 crianças, colhidas para um grande estudo longitudinal da universidade, denominado Children of the 90s (Crianças dos anos 90). Com isso, foi possível estabelecer a relação entre a ausência paternal nos cinco primeiros anos de vida das meninas e o risco de depressão, mesmo levando-se em consideração outros fatores, como status social, problemas financeiros, tamanho da família e educação da mãe.

De acordo com os autores, os resultados reforçam estudos anteriores, que sugerem que crianças mais novas têm mais chances de sofrer com sintomas da depressão, porque têm menos mecanismos para lidar com situações difíceis do que as mais velhas (que têm, por exemplo, mais apoio fora da família, por meio dos amigos). Além disso, outros estudos afirmam que os efeitos da ausência do pai podem afetar mais a saúde mental de meninas do que de meninos porque elas são mais vulneráveis a eventos negativos na vida pessoal e familiar.

“Esses resultados indicam uma necessidade de incluir os pais em pesquisas relacionadas à saúde mental de crianças e adolescentes”, afirma Iryna Culpin, principal autora do estudo. Os autores ressaltam que o fato de uma adolescente apresentar depressão não significa que ela será afetada por essa condição durante toda a vida. Além disso, o estudo não levou em consideração o nível de contato e a qualidade da relação entre a criança e o pai ausente, que pode influenciar o risco de depressão.

(Veja)

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Frango com níveis alarmantes de arsênico

Você sabia que graças ao uso excessivo de antibióticos na pecuária você está ingerindo arsênico cancerígeno? Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Johns Hopkins Center por um futuro habitável, da Escola Bloomberg de Saúde Pública, descobriu que galinhas criadas com medicamentos à base de arsênico acabam tendo arsênico tóxico, inorgânico em sua carne. Infelizmente, isso significa que inúmeros consumidores estão ingerindo essa substância cancerígena. Para o estudo, que foi publicado na revista científica Environmental Health Perspectives, os pesquisadores estudaram amostras de carne convencional, a carne sem antibiótico convencional, e frango orgânico de dez áreas diferentes. Especificamente, 116 amostras cruas e 145 amostras cozidas foram testadas para o arsênico total, enquanto 78 amostras foram submetidas à especiação. O prazo para o estudo foi de dezembro de 2010 a junho de 2011, dando tempo suficiente para o teste.

Tido como o primeiro estudo a identificar e examinar as formas de arsênico específicas, a pesquisa constatou que galinhas alimentadas com antibióticos à base de arsênico representam um risco para a saúde pública. Os autores do estudo ainda dizem que a Food and Drug Administration tem o dever de tirar as drogas como roxarsone do mercado para proteger os consumidores, como é o trabalho da organização.

Mais preocupante sobre esses resultados podem ser as concentrações de arsênico inorgânico dentro da carne. Embora a FDA não estabeleça um “nível seguro de exposição” para o arsênico inorgânico presente nos alimentos, a quantidade de arsênico na carne, onde a droga roxarsone foi encontrada, muitas vezes estava duas a três vezes acima do sugerido pela FDA em 2011, e essas concentrações deveriam ser inferiores a um micrograma por quilo de carne.

Além disso, os pesquisadores descobriram que cozinhar carne crua contendo roxarsone resultou em diminuição dos níveis da droga roxarsone, mas um aumento nos níveis de arsênico inorgânico.

O resumo do estudo concluiu: “A carne de frango convencional apresentou concentrações mais elevadas de iAs do que amostras de carne de frango orgânico sem antibióticos convencionais. A cessação do uso de drogas arsênicas poderia reduzir a exposição e a carga de doenças relacionadas com arsênico nos consumidores de frango.”

A exposição a níveis elevados de arsênico inorgânico pode resultar em câncer de pulmão, bexiga e pele, e tem sido associada com outras condições também.

(
Natural Society e Notícias Alternativas)

Nota: Ellen G. White disse que chegaria o tempo em que deveríamos deixar de comer carne, leite e ovos (e substituí-los com inteligência e equilíbrio). Talvez já tenha chegado o tempo de considerarmos isso seriamente.[MB]  

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Batons e brilhos labiais têm alto nível de metais pesados

Uma nova análise do conteúdo de batons e brilhos labiais (gloss) revelou níveis alarmantes de metais pesados e elementos cancerígenos. Pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Berkeley (EUA) analisaram 32 marcas de batom e brilho labial comumente encontrados em farmácias e lojas de departamentos. Eles detectaram chumbo, cádmio, cromo, alumínio e outros cinco metais, alguns dos quais em níveis preocupantes. Estudos anteriores já haviam relatado a presença de metais pesados em produtos cosméticos, mas os pesquisadores agora estimaram o risco de contaminação analisando a concentração dos metais detectados e a eventual ingestão diária desses elementos pelos consumidores, e compararam esses dados com a ingestão máxima recomendada.

“Apenas encontrar esses metais não é a questão, é o nível que importa”, disse Katharine Hammond, principal autora do estudo. “Alguns dos metais tóxicos estão presentes em níveis que podem ter um efeito a longo prazo.”

Batons e brilhos labiais estão entre os cosméticos com maior nível de preocupação porque, quando não estão deixando marcas nas roupas ou sendo repassados como marcas de beijo, eles são ingeridos ou absorvidos lentamente pela pessoa que os utiliza, afirmam os autores do estudo.

A utilização média desses cosméticos foi definida como a ingestão diária de 24 miligramas de maquiagem labial por dia. Mas mulheres que passam muito produto, reaplicando-o várias vezes por dia, podem cair na categoria de alto uso, com até 87 miligramas ingeridos por dia.

Mesmo usando doses diárias aceitáveis, o uso médio de alguns batons e brilhos labiais resulta em exposição excessiva ao cromo, uma substância cancerígena, relacionada, sobretudo a tumores de estômago. O uso elevado pode resultar em exposição excessiva ao alumínio, cádmio e manganês - a exposição a concentrações elevadas de manganês tem sido associada com toxicidade no sistema nervoso.

O chumbo foi detectado em 24 produtos, mas em uma concentração geralmente menor do que o nível de ingestão diária aceitável para um adulto. No entanto, os níveis de chumbo levantam preocupações em relação às crianças, que muitas vezes brincam com maquiagem - para crianças, nenhum nível de exposição ao chumbo é considerado seguro.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Cientistas descobrem novo vilão da carne vermelha

Não bastasse a gordura e o colesterol, cientistas descobriram mais uma razão pela qual o consumo de carne vermelha aumenta o risco para doenças cardiovasculares. Segundo uma pesquisa publicada na revista Nature Medicine, o metabolismo da substância L-carnitina por bactérias no intestino produz uma substância que favorece o acúmulo de gordura nas paredes arteriais, podendo desencadear um processo de aterosclerose. A L-carnitina é um nutriente natural da carne vermelha, também presente em bebidas energéticas e consumido como suplemento alimentar, com a promessa de que ajuda a queimar gordura e emagrecer mais rápido. Os resultados da pesquisa, porém, mostraram que um consumo excessivo da substância pode ser prejudicial à saúde. Não por conta da L-carnitina diretamente, mas de uma substância derivada dela, chamada TMAO.

Em uma série de experimentos comparativos, os cientistas demonstram que há uma relação direta entre a produção de TMAO e risco elevado de doenças cardiovasculares. Um risco que ainda não está totalmente quantificado, mas que “parece ser bastante significativo”, segundo o autor principal do estudo, Stanley Hazen, do Departamento de Medicina Celular e Molecular da Cleveland Clinic, em Ohio.

“Há tempos já se sabe que há um fator de risco para doenças cardiovasculares associado ao consumo de carne vermelha; só que as gorduras saturadas e o colesterol não são suficientes para explicar isso. O que estamos mostrando nesse estudo é um novo mecanismo que ajuda a explicar por que esse risco existe”, disse Hazen ao Estado. “Agora temos mais uma coisa para prestar atenção, e mais um mecanismo no qual podemos intervir na busca de tratamentos.”

As análises foram realizadas com camundongos e seres humanos, incluindo comparações entre veganos, vegetarianos e onívoros. Os resultados indicam fortemente que, quanto maior o nível de TMAO no organismo, maior o risco de desenvolver aterosclerose e outras doenças cardiovasculares. Isso porque o TMAO altera a maneira como o colesterol e os esteroides são metabolizados no organismo e inibe um processo chamado “transporte reverso de colesterol”, que resulta num aumento do acúmulo de gordura nas paredes internas das artérias – mesmo que os níveis de colesterol circulante no sangue continuem normais, ressalta Hazen. “Talvez isso explique por que algumas pessoas desenvolvem aterosclerose mesmo sem ter colesterol alto”, pondera o médico.

Os resultados também revelam que quem faz a conversão de L-carnitina em TMAO (passando antes por uma molécula intermediária chamada TMA) são bactérias intestinais – estabelecendo, assim, uma relação inédita entre hábitos alimentares, composição da flora intestinal e doenças cardiovasculares. Sem essa mediação metabólica das bactérias, a L-carnitina não é transformada em TMAO e o risco desaparece.

Camundongos que receberam antibióticos para eliminar sua flora intestinal não produziram TMAO e não desenvolveram aterosclerose, mesmo quando alimentados com níveis elevados de L-carnitina. O mesmo fenômeno foi observado em pessoas vegetarianas ou veganas, o que indica que a dieta influencia a composição da flora intestinal: pessoas que deixam de comer carne aparentemente perdem as bactérias que fazem o metabolismo da L-carnitina e têm níveis naturalmente menores de TMAO no sangue. [...]

“A exposição prolongada à L-carnitina altera a composição da flora intestinal, tornando a pessoa mais vulnerável à doenças cardiovasculares”, reforça Hazen. [...]

quarta-feira, 6 de março de 2013

Virgindade: preservando o presente (e o futuro)

Ao completar 30 anos, a bela atleta norte-americana Lolo Jones surpreendeu o mundo, não necessariamente por ter sido uma das finalistas na corrida dos 100 metros com barreiras, nas Olimpíadas de Londres. O que a tornou ainda mais famosa foi a declaração dada numa entrevista anterior às competições. Jones disse que ainda é virgem e que está “se guardando” para o futuro marido.

Esse tipo de fidelidade (ao futuro esposo e a suas convicções) e a coragem para declará-la publicamente surpreendeu tanto os jornalistas que a condição de virgem da atleta acabou chamando mais atenção do que a própria classificação dela para as semifinais. Tanto é assim, que o título da matéria do jornal O Globo foi este: “Virgem de 30 anos [e não “atleta”, “corredora”, “campeã”, etc.], Lolo Jones está na semi dos 100m com barreiras.” Jones admitiu: “Mais difícil do que estudar para a faculdade, mais difícil do que treinar para as Olimpíadas tem sido me manter virgem antes do casamento. Já fui muito tentada. Vários caras me disseram que, se fizesse sexo, eu correria mais rápido.”

“Caras” que adoram brincar de seduzir e que encaram mulheres como se fossem prêmios a ser conquistados, usando os mais ridículos argumentos para tê-las às vezes por uma única noite, esses não faltam por aí. Mas Jones já percebeu que não vale a pena se entregar a esse tipo de canalha. Compensa mesmo é esperar aquele que a tratará como princesa, como mulher digna, num relacionamento de amor e respeito. Parabéns à Jones pela coragem de declarar algo que alguns têm encarado com vergonha, e por surpreender a imprensa ao mostrar que ainda há pessoas fieis e regidas por princípios.

Valor antigo?

Em 2010, comprei a reimpressão da revista Realidade de janeiro de 1967, que na época foi apreendida pelo governo militar. Degustei aos poucos (como fazia nos meus tempos de faculdade) as reportagens bem escritas e em profundidade que caracterizaram essa revista que deixou saudades. A última página trazia a seção “Brasil pergunta”, e, nessa edição, a questão tratada é a seguinte: “A mulher deve ser virgem ao casar?” Gostei da resposta dada pela radialista Sarita Campos (mantive o português da época, como está na revista):

“Seria ideal para um homem que sua futura espôsa fôsse pura e virgem. A pureza, no entanto, pode existir independentemente da virgindade. Há môças virgens que são levianas, fracas, sem escrúpulos, mas que conservam a virgindade como garantia de casamento. Há môças que por inexperiência, falta de vigilância, ou excesso de amor e confiança perderam a virgindade. E no entanto são môças dignas, sérias, excelentes para o casamento. Recebo cartas de rapazes desorientados que me perguntam se devem ou não casar com a môça que confessou ter perdido a virgindade. E eu os aconselho a estudar a fôrça de seu caráter e a casar-se se chegarem à conclusão de que ela merece o seu amor. Acho que a môça deve se conservar virgem e pura, ilustrando o seu espírito e precavendo-se contra os aproveitadores que delas se utilizam apenas para seu prazer físico. A môça noiva deve se fazer respeitar pelo noivo, a namorada pelo namorado, a mulher pelo homem.”

Os conselhos de Sarita continuam oportunos e sábios, mesmo depois de quatro décadas. Eu apenas acrescentaria o seguinte: tudo o que ela escreveu se aplica também aos homens.

Mas os tempos mudam e os costumes também. Não seria, então, a virgindade um “valor antigo”, resquício do conservadorismo e do machismo do passado? Creio que não e vou demonstrar com o exemplo de outra balzaquiana.

Tempos atrás, o jornal The Guardian publicou o relato da britânica Sophie Atherton. Ela conta que se manteve virgem até os 32 anos – em parte por conta de uma doença grave no início da vida adulta, em parte por escolha, por ter outras prioridades. Sophie classifica sua decisão como uma “rebeldia” e defende as vantagens de esperar. Ao passar o início da vida adulta longe de um relacionamento, ela diz que aprendeu a ser mais independente e paciente.

Leia a seguir alguns trechos do depoimento de Sophie e note como ela menciona razões que dão sentido ao conselho bíblico de esperar pelo casamento para se ter vida sexual ativa:

“Antes de atingir a idade do juízo, eu estava desesperada para perder minha virgindade enquanto ainda fosse ilegal. Achei que fosse desafiar a autoridade. Quem são eles para me dizer quando eu estava pronta para transar? Mas não aconteceu, embora meu primeiro beijo, aos 15 anos, tenha quase ido longe demais. Ao contrário, acabei fazendo algo muito mais rebelde e incomum: eu me mantive virgem até os 32 anos.”

“Como minha virgindade persistia, eu tive a experiência incomum de me desenvolver e crescer sem a influência de um parceiro. Eu não odeio homens – muito pelo contrário; por ter passado tanto tempo sem um homem no meu pé pude apreciar até melhor a companhia deles. [...] Enquanto minhas amigas lidavam com esse tipo de distração, gastei 20 anos fazendo o que queria, vivendo em várias cidades, mudando por causa do trabalho.”

“Ganhei muito ao adiar o início da minha vida sexual. Tenho certeza de que isso foi, em parte, responsável pela minha força de caráter e minha natureza decidida. Tenho que dar crédito aos meus pais por me darem as fundações de uma quase inabalável autoconfiança.”

“Para uma mulher, falar ‘não’ e fazer sexo apenas quando ela realmente quer é um ato básico, mas muito poderoso. Demonstra que ela é independente e livre, e, talvez, quanto mais tempo uma mulher se mantém virgem, mais ela tem respeito por si própria e controle sobre seu próprio corpo.”

“O legado de minha longeva virgindade vai além da independência – acho que ela me deu uma resistência extra para lidar com as dificuldades da vida e me ensinou a ter paciência. Nossa cultura pode ser a de ‘tudo agora’, mas eu aprendi a esperar. E uma das melhores coisas foi em relação ao sexo em si. Enquanto algumas mulheres da minha idade perderam seu interesse, eu ainda acho tudo tão excitante quanto a primeira vez.”

Percebeu as vantagens? (1) Com a maturidade, a pessoa tem melhores condições de fazer escolhas sem ser movida pelos apelos da mídia e pela pressão do grupo; (2) a rebeldia natural da adolescência pode levar a escolhas infelizes; (3) antes de iniciar um relacionamento amoroso mais sério, a pessoa pode se desenvolver em outras áreas importantes, como os estudos e a carreira; (4) mais madura, a pessoa pode se relacionar de maneira positiva com o sexo oposto e entender as diferenças naturais entre homens e mulheres; (5) dizer “não” para aquilo de que discordamos reforça nossa autoestima e solidifica o caráter; (6) manter a virgindade e o controle sobre o próprio corpo reforça o respeito próprio; (7) adiar a iniciação sexual para o contexto matrimonial ajuda a manter o interesse sadio no sexo, pois ele não foi banalizado antes; (8) (e este é por minha conta) aprender a esperar desenvolve a paciência e a confiança no Deus que supre nossas necessidades.

Virgindade e divórcio

Além das vantagens presentes de se esperar, há também benefícios futuros. Uma pesquisa feita pela Universidade de Iowa mostrou que mulheres que perdem a virgindade muito cedo têm maior probabilidade de se divorciar, principalmente se foram pressionadas a fazer sexo. Estudo publicado na edição de abril do Jornal do Casamento e da Família entrevistou 3.793 americanas. Mais de 30% das mulheres que perderam a virgindade enquanto adolescentes se divorciaram depois de cerca de cinco anos de casadas. Quase metade delas se divorciou com cerca de dez anos de casadas. Já entre as mulheres que esperaram até a idade adulta para perder a virgindade, apenas 15% se divorciaram após cinco anos e 27% após dez anos.

A pesquisa também trouxe um número interessante: uma em cada quatro mulheres que começaram a vida sexual cedo ficou grávida antes de se casar. Entre as que esperaram até a idade adulta para começar a vida sexual, esse número é de uma para dez. Entre todas as entrevistadas, 1% perdeu a virgindade com 13 anos ou menos, 5% com 14 ou 15 anos, 10% com 16 ou 17. Dentre elas, 42% disseram que sofreram pressão para fazer sexo. Quase 60% das mulheres entrevistadas preferiram esperar até os 18 anos para se relacionar sexualmente. Dentre elas, 22% disseram que foram pressionadas.

Arrependimento

Além do divórcio há o arrependimento – e esse pode vir bem cedo, antes mesmo do casamento. Segundo pesquisa da OneHope, ministério jovem fundado em 1987 pelo missionário Bob Hoskins, dois terços dos adolescentes gostariam de ser virgens novamente. Alguns resultados da pesquisa feita com 5.108 jovens, com idade entre 13 e 18 anos, são os seguintes:

61% dos adolescentes gostariam de se casar virgens.
82% acreditam que o plano de Deus é que o casamento dure a vida toda.
80% citam os pais como fonte de forte influência em seus pensamentos e ações.
Porém, 34% passam menos de 15 minutos por semana discutindo assuntos importantes com seus pais.
65% acreditam que a verdade é relativa.
69% assistem MTV todas as semanas.

A despeito de a maioria dos jovens entrevistados assistir a programas de conteúdo “liberal” e se dizer relativista, no fundo, possivelmente ouvindo (sem compreender direito) um anseio intrínseco implantado por Deus no coração, querem se casar virgens e acreditam que o casamento deve ser para a vida toda. Pesquisa já demonstrou que praticar sexo antes do casamento piora a vida sexual depois do casamento, e que praticar sexo sem compromisso e romantismo leva frequentemente à depressão (especialmente no caso das mulheres).

Assim, os que se preservam desde já para o casamento futuro estão colaborando consigo mesmos (e com o cônjuge) lá na frente: promoverão um casamento de mais cumplicidade (ambos descobrirão juntos os encantos do sexo) e maior fidelidade (não haverá eventuais desconfianças quanto a experiências e relacionamentos passados). O ato sexual é uma experiência muito íntima e que envolve neurotransmissores poderosos como a oxitocina, a vasopressina e a dopamina. Eles servem para criar vínculos fortíssimos entre homem e mulher. Por estar associado a fortes emoções, o sexo promove o “arquivamento” de memórias e sensações. E tudo isso será levado para o novo relacionamento. Não é melhor levar um “arquivo vazio” para o casamento e enchê-lo com as boas memórias e sensações vividas no matrimônio, com o homem/mulher da sua vida?

Num fórum de discussões sobre sexualidade, uma internauta escreveu: “Não caia na besteira de que se deve provar antes; não precisa. Faça os cálculos, espere, você terá uns trinta anos de vida sexual após o casamento. Para que correr o risco de ser infeliz. Não só eu, mas todas as minhas amigas se arrependeram amargamente [de ter feito sexo antes do casamento]. Defenda seus sonhos, sua felicidade e a continuidade da família, que mais cedo ou mais tarde é o sonho de toda mulher.”

Mas, e se o erro foi cometido, o que fazer? Paulo, que manchou seu passado com atos pecaminosos e, depois, passou pela conversão, responde: “Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo” (Fl 3:13, 14). Esse alvo pode ser um casamento abençoado.

Preserve o presente

Outra rara figura pública que teve coragem de declarar sua virgindade foi a atriz Isabelle Drummond, de 17 anos. Em entrevista à revista Quem, ela disse que pretende fazer sexo só depois do casamento. “Isso é uma coisa que eu quero. É um princípio meu, um princípio bíblico, da igreja”, disse a adolescente, que é evangélica. Isabelle ficou famosa interpretando a Emília no “Sítio do Picapau Amarelo”, e disse também à revista: “Sou muito tímida e sei que, quando for para acontecer, vai acontecer. Tenho outros focos agora. Estou trabalhando e estudando muito.”

Parabéns também à Isabelle por, assim como Jones e Sophie, não ter vergonha de ir na contramão do mundo, nesse aspecto, e pela coragem de manifestar sua decisão. E você, tem coragem? Aceita o desafio? Quer recomeçar?

Não se esqueça de que, com respeito à experiência sexual, há pelo menos três grupos de pessoas: (1) virgens puros, (2) virgens impuros e (3) não virgens que foram purificados. O primeiro grupo é o ideal; são aquelas pessoas que valorizam a virgindade, que procuram manter a mente e o corpo puros (e conseguem isso por meio de uma relação íntima com Deus). O segundo grupo é o daqueles que procuram preservar unicamente a virgindade genital motivados por certas preocupações (gravidez, por exemplo), mas são física e mentalmente impuros. Fazem de tudo, menos penetração genital, e se consideram hipocritamente “virgens”. E há o terceiro grupo, o daquelas pessoas que caíram no passado, mas que receberam o perdão de Deus e foram restauradas ao status de “virgens espirituais”.

A que grupo você quer pertencer? Em qual deles você está? A escolha é unicamente sua. As consequências dessa escolha também. Por isso, preserve o presente para quem merece e desfrute-o no momento e no contexto certos. Seu futuro agradece.

(Michelson Borges é jornalista e mestre em teologia; artigo originalmente publicado na revista Família Esperança)