quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Mito ou realidade: vinho tinto faz bem à saúde?

Há alguns anos se divulga que uma dose moderada de vinho tinto todos os dias faz bem à saúde. Não só para combater o câncer, mas também para reduzir o colesterol e evitar coágulos nos vasos sanguíneos. Mas estudos recentes questionam as evidências desses benefícios e apontam que eles podem estar restritos a vinhos caseiros ou fabricados seguindo um modo de produção tradicional. Embora os cientistas concordem que o consumo moderado de vinho tinto possa ajudar a proteger o coração, reduzir o colesterol “ruim” e prevenir o entupimento das veias e artérias [benefícios do suco puro da uva, na verdade], há divergências sobre o que está por trás desses benefícios. Recentemente, um grupo de cientistas tentou descobrir por que o vinho tinto caseiro feito no Uruguai é tão saudável e chegou a sequenciar o código genético da uva Tannat, usado na produção do vinho. Os especialistas identificaram uma alta quantidade de procianidina, uma classe de flavonoide, compostos químicos encontrados em frutas, vegetais, chás, cereais, cacau e soja com benefícios antioxidantes e para prevenção ao câncer que vêm sendo estudados há anos.

Roger Corder, professor de terapias experimentais da Universidade Queen Mary, de Londres, é autor do livro The Red Wine Diet (A Dieta do Vinho Tinto, em tradução livre) e esteve por trás do estudo que pesquisou o vinho tinto uruguaio. Ele confirma que a uva Tannat contém um nível três ou quatro vezes maior de procianidinas do que a uva Cabernet Sauvignon.

O pesquisador diz que esses compostos, aliados aos taninos (que combatem o envelhecimento das células e também são encontrados no vinho) seriam os grandes responsáveis pelos efeitos positivos do vinho tinto sobre a saúde. Outros cientistas apontam para o papel do resveratrol, um composto encontrado na casca das uvas vermelhas. Saudado durante muitos anos como uma espécie de substância milagrosa, o resveratrol é um composto que, segundo os cientistas, poderia retardar o envelhecimento e combater o câncer e a obesidade.

Até o momento, estudos feitos em laboratório revelaram resultados animadores em testes com camundongos, mas ainda não foram encontradas evidências sobre a eficiência do composto em humanos.

Na Universidade de Leicester, na Inglaterra, testes com ratos indicaram que dois copos de vinho por dia podem reduzir a incidência de tumores nos intestinos - e os cientistas estudam maneiras de desenvolver o resveratrol como um composto isolado, para ser ingerido individualmente como uma droga para prevenir o câncer. Entretanto, para Roger Corder, da Universidade Queen Mary, de Londres, há pouca evidência sobre a importância do resveratrol. “É um mito que o resveratrol tenha qualquer coisa a ver com os benefícios do vinho tinto à saúde. A maioria dos vinhos tintos contém quantidades insignificantes de resveratrol e aqueles que possuem um pouco não contêm o suficiente para fazer qualquer efeito”, diz.

Ele diz que são as sementes, e não a casca da uva, que contêm o segredo do vinho tinto. Quando as uvas são fermentadas por diversas semanas ou mais, as sementes podem liberar flavonoides que evoluem como moléculas mais complexas. Mas a má notícia é que isso não acontece com todos os vinhos, diz o cientista, sugerindo que os grandes benefícios da bebida podem ser restritos a um modo de produção mais tradicional – semelhante ao vinho tinto caseiro uruguaio.

“A maior parte dos vinhos modernos não usa essa técnica durante a fabricação”, afirma o cientista, reforçando a necessidade do consumo moderado. “É muito difícil dizer que o vinho é uma bebida saudável quando as pessoas consomem muito álcool, na hora errado do dia e sem comer.”

Para Emma Smith, do Cancer Research UK, centro britânico de pesquisas para o câncer, é um erro tomar vinho tinto achando que isso fará bem à saúde. “O vinho tinto contém uma quantidade muito pequena de resveratrol e as pessoas não deveriam beber vinho com a intenção de obter benefícios para a saúde”, diz.

Ela ressalta que tradicionalmente o álcool tem uma ligação negativa com o câncer. “É importante relembrar que, mesmo em quantias moderadas, o álcool aumenta o risco de vários tipos de câncer e estima-se que seja a causa de cerca de 12.500 casos de câncer na Grã-Bretanha todos os anos.”


Nota: Tradicionalmente (mas seguindo princípios bíblicos), os adventistas do sétimo dia se abstêm de bebidas alcoólicas porque entendem que os malefícios delas (mesmo em pequenas quantidades, como já ficou cientificamente demonstrado) são muito maiores do que os supostos benefícios. Por vários anos, até mesmo médicos andaram “receitando” o consumo moderado de vinho para favorecer a saúde. Quem se pautava e se pauta pela Revelação de Deus, evidentemente, deixou de lado esses conselhos médicos e preferiu continuar seguindo a Palavra inspirada. Anos depois, o que acontece? Mais uma vez, vozes do meio da ciência se levantam para advertir que os conselhos médicos, a publicidade e o senso comum estavam errados. E as pesquisas mais recentes vão, novamente, ao encontro das orientações de Deus. Sempre será perigoso seguir conselhos, terapias e modismos dietéticos que vão de encontro à Revelação, afinal, quem nos criou sabe o que é melhor para nós. [MB]

sábado, 29 de junho de 2013

Duas refeições: pesquisa confirma a Revelação

Quem tem problemas com a balança com certeza já ouviu falar que é preciso comer de três em três horas para manter o metabolismo acelerado, e, assim, contribuir para o emagrecimento. No entanto, segundo um estudo apresentado no último domingo (23) na reunião anual da ADA (Associação Americana de Diabetes), em Chicago (EUA), comer duas refeições maiores durante o dia é mais eficaz na perda de peso do que fracionar as refeições. A pesquisa, realizada em Praga, na República Checa, foi feita com 54 pacientes com diabetes tipo 2. Eles foram divididos em dois grupos: em um, as pessoas comiam apenas duas refeições diárias maiores, enquanto no outro, os participantes faziam seis refeições com porções menores.

Durante 12 semanas, os pacientes seguiram uma dieta com a mesma quantidade calórica e de macronutrientes para depois trocar o regime de alimentação, ou seja, quem comeu apenas duas refeições passou a comer seis vezes ao dia. “A dieta prescrita foi rica em fibras e com 500 calorias a menos, já visando ao emagrecimento”, explica Hana Kahleova, uma das cientistas que participou do estudo.

Além de um aumento na perda de peso durante a fase em que só comiam duas vezes ao dia, os pacientes também apresentaram aumento na sensibilidade à insulina e melhora na função das células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina.

Para seguir a dieta corretamente, os participantes receberam tutoriais para aprender a compor o cardápio e em quais horários se alimentar, além de reuniões em grupo e individuais com nutricionistas.

“O resultado do estudo mostra que os pacientes com diabetes tipo 2 devem seguir a máxima de tomar o café da manhã como um rei, almoçar como um príncipe e jantar como um mendigo”, finaliza Kahleova.

De acordo com o endocrinologista da Sociedade Brasileira de Diabetes Antonio Carlos Lerário, é preciso levar em consideração que o estudo foi realizado com poucos pacientes e com uma dieta hipocalórica, que não costuma ser usual para os pacientes diabéticos. “Normalmente a dieta recomendada varia entre 1.000 e 1.500 calorias. Um cardápio  com poucas calorias é mais eficiente para diabéticos ou não, porém mais difícil de ser seguido e requer disciplina e força de vontade do paciente, além de acompanhamento médico”, explica.

Lerário também acredita que é necessário repetir o estudo em outros países para verificar se os resultados encontrados são semelhantes. “Às vezes, quando o estudo é repetido com outra população, os resultados encontrados são diferentes”, justifica.

Ainda que o estudo contrarie a recomendação da maioria dos nutricionistas, Lerário pondera que o resultado da pesquisa deve ser respeitado: “Os pesquisadores usaram parâmetros objetivos, como peso e os níveis de insulina, não foi nada subjetivo. Além disso, o ADA é rigoroso na seleção dos estudos que são apresentados no congresso”, afirma.


Nota: De quando em quando, a ciência confirma detalhes importantes revelados há muito tempo pelo Criador do corpo humano, deixando claro que não vale a pena seguir modismos nutricionais, médicos e comportamentais em detrimento daquilo que Deus mostrou por antecipação. Note o que escreveu Ellen White há mais de um século (detalhe: ela nunca estudou nutrição): “Em muitos casos, a fraqueza que leva a desejar alimento é sentida porque os órgãos digestivos foram muito sobrecarregados durante o dia. Depois de digerir uma refeição, os órgãos que se empenharam nesse trabalho precisam de repouso. Pelo menos cinco ou seis horas devem entremear as refeições; e a maior parte das pessoas que experimentarem esse plano verificará que duas refeições por dia são preferíveis a três” (A Ciência do Bom Viver, p. 304; grifo meu).

Quando me perguntam o que acho desse ou daquele procedimento (nutricional ou médico), como a acupuntura ou a homeopatia, por exemplo, respondo que prefiro ficar com as claras orientações que o Criador nos deixou por meio da Revelação. Ele nos ensinou oito remédios naturais, cuja sábia utilização confere saúde, e são eles: água, ar puro, luz solar, exercício físico, repouso, alimentação natural (de preferência vegetariana), abstinência do que é nocivo e confiança em Deus. Isso sempre funciona e se trata de fatores cujo funcionamento respeita as leis da fisiologia, portanto, são científicos, diferentemente de certas “terapias” que até podem funcionar, mas que geralmente são envolvidas numa aura de mistério.

Na matéria acima, a cientista Hana Kahleova diz que “o resultado do estudo mostra que os pacientes com diabetes tipo 2 devem seguir a máxima de tomar o café da manhã como um rei, almoçar como um príncipe e jantar como um mendigo”. Na verdade, é exatamente isso o que Ellen White ensina em seus livros, com a diferença de que ela diz que todas as pessoas (não apenas as diabéticas) deveriam adotar essa prática.

White ensina que o jantar deve ser leve e feito horas antes de dormir: “Na maioria dos casos duas refeições ao dia são preferíveis a três. O jantar, quando muito cedo, interfere com a digestão da refeição anterior. Sendo mais tarde, não é digerido antes da hora de deitar. Assim o estômago deixa de conseguir o devido repouso. O sono é perturbado, cansam-se o cérebro e os nervos, é prejudicado o apetite para a refeição matutina, o organismo todo não se restaura nem estará preparado para os deveres do dia” (Educação, p. 205).


De minha parte, prefiro continuar seguindo as recomendações do Criador do meu corpo. Elas são mais científicas - e são sempre seguras.[MB]

terça-feira, 11 de junho de 2013

Vegetarianos vivem mais do que quem come carne

Pesquisadores da Califórnia (EUA) analisaram as dietas de 73 mil frequentadores da Igreja Adventista do Sétimo Dia para o chamado Estudo da Saúde Adventista, e descobriram que aqueles que não consomem carne têm um risco de morte 12% menor em comparação aos outros. “Certas dietas vegetarianas estão associadas a reduções em todas as causas da [morte], bem como algumas causas específicas, incluindo doença cardíaca, doença renal, mortes relacionadas ao sistema endócrino e morte relacionada a outras doenças, como diabetes”, disse o pesquisador Dr. Michael Orlich, especialista em medicina preventiva na Universidade de Loma Linda, em Loma Linda, Califórnia. A grande questão que fica é por quê. Infelizmente, o estudo não foi desenhado para responder isso. Orlich observou: “Reduções de carne na dieta vegetariana podem ser parte da razão, mas também pode ser devido a maior quantidade de alimentos de origem vegetal.” Por fim, também é possível que os vegetarianos levem vidas mais saudáveis no geral.

Para o estudo, os pesquisadores usaram um questionário para avaliar os padrões alimentares e escolheram homens e mulheres que aderiram a uma das cinco dietas: não vegetarianos, semi-vegetarianos (comem carne ou peixe não mais do que uma vez por semana); pesco-vegetarianos (consomem peixes); ovo-lacto-vegetarianos (incluem produtos lácteos e ovos) e vegans, que não comem qualquer produto de origem animal.

Durante o tempo do estudo, que durou mais de cinco anos, 2.570 pessoas morreram. Os vegetarianos eram cerca de 12% do grupo com menor probabilidade de morrer de qualquer causa do que os consumidores de carne. E a vantagem de sobrevivência parecia ser mais forte nos homens do que nas mulheres. Além disso, os pesquisadores notaram que os vegetarianos tendem a ser mais velhos (com uma expectativa de vida maior) e mais educados, a realizar mais atividade física e menos propensos a beber álcool ou fumar do que os carnívoros.

O estudo também não identificou qual o tipo de dieta vegetariana fornece o maior benefício de sobrevivência, porque foram comparadas apenas com dietas não vegetarianas, e não umas com as outras. [...]

A nutricionista Nancy Copperman disse que a fibra em dietas vegetarianas pode ser o que está conduzindo a este traço de maior sobrevivência. “Não são apenas frutas e legumes, mas todos os tipos de fibras [incluindo grãos integrais] que parecem realmente reduzir os riscos à saúde”, disse ela. “O novo estudo empurra a literatura que estamos construindo sobre o impacto que os grãos integrais, frutas e vegetais pode ter sobre a saúde”. [...]

A recente pesquisa segue um outro estudo britânico divulgado em janeiro, o qual mostrou que os vegetarianos tinham cerca de um terço menos risco de hospitalização ou morte por doença cardiovascular do que as pessoas que consumem carne regularmente. O estudo incluiu 45 mil pessoas da Inglaterra e da Escócia, sendo um terço vegetarianos. Segundo os resultados, estes tinham uma chance 32% menor de serem hospitalizados ou morrerem de doença cardíaca. Eles também apresentavam menor pressão arterial e níveis de colesterol mais baixo do que os não vegetarianos.

domingo, 19 de maio de 2013

Ausência do pai e depressão em meninas

Um amplo estudo feito pela Universidade de Bristol, no Reino Unido, mostrou que meninas que tiveram os pais ausentes no início da infância, ou seja, até os cinco anos de idade, apresentam chances maiores de manifestar sintomas depressivos na adolescência do que aquelas que foram separadas do pai entre os cinco e dez anos de idade. O risco apresentado por elas também é maior do que o dos meninos, nas duas faixas etárias. O estudo, publicado nesta terça-feira no periódico Psychological Medicine, foi realizado com informações de 5.631 crianças, colhidas para um grande estudo longitudinal da universidade, denominado Children of the 90s (Crianças dos anos 90). Com isso, foi possível estabelecer a relação entre a ausência paternal nos cinco primeiros anos de vida das meninas e o risco de depressão, mesmo levando-se em consideração outros fatores, como status social, problemas financeiros, tamanho da família e educação da mãe.

De acordo com os autores, os resultados reforçam estudos anteriores, que sugerem que crianças mais novas têm mais chances de sofrer com sintomas da depressão, porque têm menos mecanismos para lidar com situações difíceis do que as mais velhas (que têm, por exemplo, mais apoio fora da família, por meio dos amigos). Além disso, outros estudos afirmam que os efeitos da ausência do pai podem afetar mais a saúde mental de meninas do que de meninos porque elas são mais vulneráveis a eventos negativos na vida pessoal e familiar.

“Esses resultados indicam uma necessidade de incluir os pais em pesquisas relacionadas à saúde mental de crianças e adolescentes”, afirma Iryna Culpin, principal autora do estudo. Os autores ressaltam que o fato de uma adolescente apresentar depressão não significa que ela será afetada por essa condição durante toda a vida. Além disso, o estudo não levou em consideração o nível de contato e a qualidade da relação entre a criança e o pai ausente, que pode influenciar o risco de depressão.

(Veja)

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Frango com níveis alarmantes de arsênico

Você sabia que graças ao uso excessivo de antibióticos na pecuária você está ingerindo arsênico cancerígeno? Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Johns Hopkins Center por um futuro habitável, da Escola Bloomberg de Saúde Pública, descobriu que galinhas criadas com medicamentos à base de arsênico acabam tendo arsênico tóxico, inorgânico em sua carne. Infelizmente, isso significa que inúmeros consumidores estão ingerindo essa substância cancerígena. Para o estudo, que foi publicado na revista científica Environmental Health Perspectives, os pesquisadores estudaram amostras de carne convencional, a carne sem antibiótico convencional, e frango orgânico de dez áreas diferentes. Especificamente, 116 amostras cruas e 145 amostras cozidas foram testadas para o arsênico total, enquanto 78 amostras foram submetidas à especiação. O prazo para o estudo foi de dezembro de 2010 a junho de 2011, dando tempo suficiente para o teste.

Tido como o primeiro estudo a identificar e examinar as formas de arsênico específicas, a pesquisa constatou que galinhas alimentadas com antibióticos à base de arsênico representam um risco para a saúde pública. Os autores do estudo ainda dizem que a Food and Drug Administration tem o dever de tirar as drogas como roxarsone do mercado para proteger os consumidores, como é o trabalho da organização.

Mais preocupante sobre esses resultados podem ser as concentrações de arsênico inorgânico dentro da carne. Embora a FDA não estabeleça um “nível seguro de exposição” para o arsênico inorgânico presente nos alimentos, a quantidade de arsênico na carne, onde a droga roxarsone foi encontrada, muitas vezes estava duas a três vezes acima do sugerido pela FDA em 2011, e essas concentrações deveriam ser inferiores a um micrograma por quilo de carne.

Além disso, os pesquisadores descobriram que cozinhar carne crua contendo roxarsone resultou em diminuição dos níveis da droga roxarsone, mas um aumento nos níveis de arsênico inorgânico.

O resumo do estudo concluiu: “A carne de frango convencional apresentou concentrações mais elevadas de iAs do que amostras de carne de frango orgânico sem antibióticos convencionais. A cessação do uso de drogas arsênicas poderia reduzir a exposição e a carga de doenças relacionadas com arsênico nos consumidores de frango.”

A exposição a níveis elevados de arsênico inorgânico pode resultar em câncer de pulmão, bexiga e pele, e tem sido associada com outras condições também.

(
Natural Society e Notícias Alternativas)

Nota: Ellen G. White disse que chegaria o tempo em que deveríamos deixar de comer carne, leite e ovos (e substituí-los com inteligência e equilíbrio). Talvez já tenha chegado o tempo de considerarmos isso seriamente.[MB]  

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Batons e brilhos labiais têm alto nível de metais pesados

Uma nova análise do conteúdo de batons e brilhos labiais (gloss) revelou níveis alarmantes de metais pesados e elementos cancerígenos. Pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Berkeley (EUA) analisaram 32 marcas de batom e brilho labial comumente encontrados em farmácias e lojas de departamentos. Eles detectaram chumbo, cádmio, cromo, alumínio e outros cinco metais, alguns dos quais em níveis preocupantes. Estudos anteriores já haviam relatado a presença de metais pesados em produtos cosméticos, mas os pesquisadores agora estimaram o risco de contaminação analisando a concentração dos metais detectados e a eventual ingestão diária desses elementos pelos consumidores, e compararam esses dados com a ingestão máxima recomendada.

“Apenas encontrar esses metais não é a questão, é o nível que importa”, disse Katharine Hammond, principal autora do estudo. “Alguns dos metais tóxicos estão presentes em níveis que podem ter um efeito a longo prazo.”

Batons e brilhos labiais estão entre os cosméticos com maior nível de preocupação porque, quando não estão deixando marcas nas roupas ou sendo repassados como marcas de beijo, eles são ingeridos ou absorvidos lentamente pela pessoa que os utiliza, afirmam os autores do estudo.

A utilização média desses cosméticos foi definida como a ingestão diária de 24 miligramas de maquiagem labial por dia. Mas mulheres que passam muito produto, reaplicando-o várias vezes por dia, podem cair na categoria de alto uso, com até 87 miligramas ingeridos por dia.

Mesmo usando doses diárias aceitáveis, o uso médio de alguns batons e brilhos labiais resulta em exposição excessiva ao cromo, uma substância cancerígena, relacionada, sobretudo a tumores de estômago. O uso elevado pode resultar em exposição excessiva ao alumínio, cádmio e manganês - a exposição a concentrações elevadas de manganês tem sido associada com toxicidade no sistema nervoso.

O chumbo foi detectado em 24 produtos, mas em uma concentração geralmente menor do que o nível de ingestão diária aceitável para um adulto. No entanto, os níveis de chumbo levantam preocupações em relação às crianças, que muitas vezes brincam com maquiagem - para crianças, nenhum nível de exposição ao chumbo é considerado seguro.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Cientistas descobrem novo vilão da carne vermelha

Não bastasse a gordura e o colesterol, cientistas descobriram mais uma razão pela qual o consumo de carne vermelha aumenta o risco para doenças cardiovasculares. Segundo uma pesquisa publicada na revista Nature Medicine, o metabolismo da substância L-carnitina por bactérias no intestino produz uma substância que favorece o acúmulo de gordura nas paredes arteriais, podendo desencadear um processo de aterosclerose. A L-carnitina é um nutriente natural da carne vermelha, também presente em bebidas energéticas e consumido como suplemento alimentar, com a promessa de que ajuda a queimar gordura e emagrecer mais rápido. Os resultados da pesquisa, porém, mostraram que um consumo excessivo da substância pode ser prejudicial à saúde. Não por conta da L-carnitina diretamente, mas de uma substância derivada dela, chamada TMAO.

Em uma série de experimentos comparativos, os cientistas demonstram que há uma relação direta entre a produção de TMAO e risco elevado de doenças cardiovasculares. Um risco que ainda não está totalmente quantificado, mas que “parece ser bastante significativo”, segundo o autor principal do estudo, Stanley Hazen, do Departamento de Medicina Celular e Molecular da Cleveland Clinic, em Ohio.

“Há tempos já se sabe que há um fator de risco para doenças cardiovasculares associado ao consumo de carne vermelha; só que as gorduras saturadas e o colesterol não são suficientes para explicar isso. O que estamos mostrando nesse estudo é um novo mecanismo que ajuda a explicar por que esse risco existe”, disse Hazen ao Estado. “Agora temos mais uma coisa para prestar atenção, e mais um mecanismo no qual podemos intervir na busca de tratamentos.”

As análises foram realizadas com camundongos e seres humanos, incluindo comparações entre veganos, vegetarianos e onívoros. Os resultados indicam fortemente que, quanto maior o nível de TMAO no organismo, maior o risco de desenvolver aterosclerose e outras doenças cardiovasculares. Isso porque o TMAO altera a maneira como o colesterol e os esteroides são metabolizados no organismo e inibe um processo chamado “transporte reverso de colesterol”, que resulta num aumento do acúmulo de gordura nas paredes internas das artérias – mesmo que os níveis de colesterol circulante no sangue continuem normais, ressalta Hazen. “Talvez isso explique por que algumas pessoas desenvolvem aterosclerose mesmo sem ter colesterol alto”, pondera o médico.

Os resultados também revelam que quem faz a conversão de L-carnitina em TMAO (passando antes por uma molécula intermediária chamada TMA) são bactérias intestinais – estabelecendo, assim, uma relação inédita entre hábitos alimentares, composição da flora intestinal e doenças cardiovasculares. Sem essa mediação metabólica das bactérias, a L-carnitina não é transformada em TMAO e o risco desaparece.

Camundongos que receberam antibióticos para eliminar sua flora intestinal não produziram TMAO e não desenvolveram aterosclerose, mesmo quando alimentados com níveis elevados de L-carnitina. O mesmo fenômeno foi observado em pessoas vegetarianas ou veganas, o que indica que a dieta influencia a composição da flora intestinal: pessoas que deixam de comer carne aparentemente perdem as bactérias que fazem o metabolismo da L-carnitina e têm níveis naturalmente menores de TMAO no sangue. [...]

“A exposição prolongada à L-carnitina altera a composição da flora intestinal, tornando a pessoa mais vulnerável à doenças cardiovasculares”, reforça Hazen. [...]

quarta-feira, 6 de março de 2013

Virgindade: preservando o presente (e o futuro)

Ao completar 30 anos, a bela atleta norte-americana Lolo Jones surpreendeu o mundo, não necessariamente por ter sido uma das finalistas na corrida dos 100 metros com barreiras, nas Olimpíadas de Londres. O que a tornou ainda mais famosa foi a declaração dada numa entrevista anterior às competições. Jones disse que ainda é virgem e que está “se guardando” para o futuro marido.

Esse tipo de fidelidade (ao futuro esposo e a suas convicções) e a coragem para declará-la publicamente surpreendeu tanto os jornalistas que a condição de virgem da atleta acabou chamando mais atenção do que a própria classificação dela para as semifinais. Tanto é assim, que o título da matéria do jornal O Globo foi este: “Virgem de 30 anos [e não “atleta”, “corredora”, “campeã”, etc.], Lolo Jones está na semi dos 100m com barreiras.” Jones admitiu: “Mais difícil do que estudar para a faculdade, mais difícil do que treinar para as Olimpíadas tem sido me manter virgem antes do casamento. Já fui muito tentada. Vários caras me disseram que, se fizesse sexo, eu correria mais rápido.”

“Caras” que adoram brincar de seduzir e que encaram mulheres como se fossem prêmios a ser conquistados, usando os mais ridículos argumentos para tê-las às vezes por uma única noite, esses não faltam por aí. Mas Jones já percebeu que não vale a pena se entregar a esse tipo de canalha. Compensa mesmo é esperar aquele que a tratará como princesa, como mulher digna, num relacionamento de amor e respeito. Parabéns à Jones pela coragem de declarar algo que alguns têm encarado com vergonha, e por surpreender a imprensa ao mostrar que ainda há pessoas fieis e regidas por princípios.

Valor antigo?

Em 2010, comprei a reimpressão da revista Realidade de janeiro de 1967, que na época foi apreendida pelo governo militar. Degustei aos poucos (como fazia nos meus tempos de faculdade) as reportagens bem escritas e em profundidade que caracterizaram essa revista que deixou saudades. A última página trazia a seção “Brasil pergunta”, e, nessa edição, a questão tratada é a seguinte: “A mulher deve ser virgem ao casar?” Gostei da resposta dada pela radialista Sarita Campos (mantive o português da época, como está na revista):

“Seria ideal para um homem que sua futura espôsa fôsse pura e virgem. A pureza, no entanto, pode existir independentemente da virgindade. Há môças virgens que são levianas, fracas, sem escrúpulos, mas que conservam a virgindade como garantia de casamento. Há môças que por inexperiência, falta de vigilância, ou excesso de amor e confiança perderam a virgindade. E no entanto são môças dignas, sérias, excelentes para o casamento. Recebo cartas de rapazes desorientados que me perguntam se devem ou não casar com a môça que confessou ter perdido a virgindade. E eu os aconselho a estudar a fôrça de seu caráter e a casar-se se chegarem à conclusão de que ela merece o seu amor. Acho que a môça deve se conservar virgem e pura, ilustrando o seu espírito e precavendo-se contra os aproveitadores que delas se utilizam apenas para seu prazer físico. A môça noiva deve se fazer respeitar pelo noivo, a namorada pelo namorado, a mulher pelo homem.”

Os conselhos de Sarita continuam oportunos e sábios, mesmo depois de quatro décadas. Eu apenas acrescentaria o seguinte: tudo o que ela escreveu se aplica também aos homens.

Mas os tempos mudam e os costumes também. Não seria, então, a virgindade um “valor antigo”, resquício do conservadorismo e do machismo do passado? Creio que não e vou demonstrar com o exemplo de outra balzaquiana.

Tempos atrás, o jornal The Guardian publicou o relato da britânica Sophie Atherton. Ela conta que se manteve virgem até os 32 anos – em parte por conta de uma doença grave no início da vida adulta, em parte por escolha, por ter outras prioridades. Sophie classifica sua decisão como uma “rebeldia” e defende as vantagens de esperar. Ao passar o início da vida adulta longe de um relacionamento, ela diz que aprendeu a ser mais independente e paciente.

Leia a seguir alguns trechos do depoimento de Sophie e note como ela menciona razões que dão sentido ao conselho bíblico de esperar pelo casamento para se ter vida sexual ativa:

“Antes de atingir a idade do juízo, eu estava desesperada para perder minha virgindade enquanto ainda fosse ilegal. Achei que fosse desafiar a autoridade. Quem são eles para me dizer quando eu estava pronta para transar? Mas não aconteceu, embora meu primeiro beijo, aos 15 anos, tenha quase ido longe demais. Ao contrário, acabei fazendo algo muito mais rebelde e incomum: eu me mantive virgem até os 32 anos.”

“Como minha virgindade persistia, eu tive a experiência incomum de me desenvolver e crescer sem a influência de um parceiro. Eu não odeio homens – muito pelo contrário; por ter passado tanto tempo sem um homem no meu pé pude apreciar até melhor a companhia deles. [...] Enquanto minhas amigas lidavam com esse tipo de distração, gastei 20 anos fazendo o que queria, vivendo em várias cidades, mudando por causa do trabalho.”

“Ganhei muito ao adiar o início da minha vida sexual. Tenho certeza de que isso foi, em parte, responsável pela minha força de caráter e minha natureza decidida. Tenho que dar crédito aos meus pais por me darem as fundações de uma quase inabalável autoconfiança.”

“Para uma mulher, falar ‘não’ e fazer sexo apenas quando ela realmente quer é um ato básico, mas muito poderoso. Demonstra que ela é independente e livre, e, talvez, quanto mais tempo uma mulher se mantém virgem, mais ela tem respeito por si própria e controle sobre seu próprio corpo.”

“O legado de minha longeva virgindade vai além da independência – acho que ela me deu uma resistência extra para lidar com as dificuldades da vida e me ensinou a ter paciência. Nossa cultura pode ser a de ‘tudo agora’, mas eu aprendi a esperar. E uma das melhores coisas foi em relação ao sexo em si. Enquanto algumas mulheres da minha idade perderam seu interesse, eu ainda acho tudo tão excitante quanto a primeira vez.”

Percebeu as vantagens? (1) Com a maturidade, a pessoa tem melhores condições de fazer escolhas sem ser movida pelos apelos da mídia e pela pressão do grupo; (2) a rebeldia natural da adolescência pode levar a escolhas infelizes; (3) antes de iniciar um relacionamento amoroso mais sério, a pessoa pode se desenvolver em outras áreas importantes, como os estudos e a carreira; (4) mais madura, a pessoa pode se relacionar de maneira positiva com o sexo oposto e entender as diferenças naturais entre homens e mulheres; (5) dizer “não” para aquilo de que discordamos reforça nossa autoestima e solidifica o caráter; (6) manter a virgindade e o controle sobre o próprio corpo reforça o respeito próprio; (7) adiar a iniciação sexual para o contexto matrimonial ajuda a manter o interesse sadio no sexo, pois ele não foi banalizado antes; (8) (e este é por minha conta) aprender a esperar desenvolve a paciência e a confiança no Deus que supre nossas necessidades.

Virgindade e divórcio

Além das vantagens presentes de se esperar, há também benefícios futuros. Uma pesquisa feita pela Universidade de Iowa mostrou que mulheres que perdem a virgindade muito cedo têm maior probabilidade de se divorciar, principalmente se foram pressionadas a fazer sexo. Estudo publicado na edição de abril do Jornal do Casamento e da Família entrevistou 3.793 americanas. Mais de 30% das mulheres que perderam a virgindade enquanto adolescentes se divorciaram depois de cerca de cinco anos de casadas. Quase metade delas se divorciou com cerca de dez anos de casadas. Já entre as mulheres que esperaram até a idade adulta para perder a virgindade, apenas 15% se divorciaram após cinco anos e 27% após dez anos.

A pesquisa também trouxe um número interessante: uma em cada quatro mulheres que começaram a vida sexual cedo ficou grávida antes de se casar. Entre as que esperaram até a idade adulta para começar a vida sexual, esse número é de uma para dez. Entre todas as entrevistadas, 1% perdeu a virgindade com 13 anos ou menos, 5% com 14 ou 15 anos, 10% com 16 ou 17. Dentre elas, 42% disseram que sofreram pressão para fazer sexo. Quase 60% das mulheres entrevistadas preferiram esperar até os 18 anos para se relacionar sexualmente. Dentre elas, 22% disseram que foram pressionadas.

Arrependimento

Além do divórcio há o arrependimento – e esse pode vir bem cedo, antes mesmo do casamento. Segundo pesquisa da OneHope, ministério jovem fundado em 1987 pelo missionário Bob Hoskins, dois terços dos adolescentes gostariam de ser virgens novamente. Alguns resultados da pesquisa feita com 5.108 jovens, com idade entre 13 e 18 anos, são os seguintes:

61% dos adolescentes gostariam de se casar virgens.
82% acreditam que o plano de Deus é que o casamento dure a vida toda.
80% citam os pais como fonte de forte influência em seus pensamentos e ações.
Porém, 34% passam menos de 15 minutos por semana discutindo assuntos importantes com seus pais.
65% acreditam que a verdade é relativa.
69% assistem MTV todas as semanas.

A despeito de a maioria dos jovens entrevistados assistir a programas de conteúdo “liberal” e se dizer relativista, no fundo, possivelmente ouvindo (sem compreender direito) um anseio intrínseco implantado por Deus no coração, querem se casar virgens e acreditam que o casamento deve ser para a vida toda. Pesquisa já demonstrou que praticar sexo antes do casamento piora a vida sexual depois do casamento, e que praticar sexo sem compromisso e romantismo leva frequentemente à depressão (especialmente no caso das mulheres).

Assim, os que se preservam desde já para o casamento futuro estão colaborando consigo mesmos (e com o cônjuge) lá na frente: promoverão um casamento de mais cumplicidade (ambos descobrirão juntos os encantos do sexo) e maior fidelidade (não haverá eventuais desconfianças quanto a experiências e relacionamentos passados). O ato sexual é uma experiência muito íntima e que envolve neurotransmissores poderosos como a oxitocina, a vasopressina e a dopamina. Eles servem para criar vínculos fortíssimos entre homem e mulher. Por estar associado a fortes emoções, o sexo promove o “arquivamento” de memórias e sensações. E tudo isso será levado para o novo relacionamento. Não é melhor levar um “arquivo vazio” para o casamento e enchê-lo com as boas memórias e sensações vividas no matrimônio, com o homem/mulher da sua vida?

Num fórum de discussões sobre sexualidade, uma internauta escreveu: “Não caia na besteira de que se deve provar antes; não precisa. Faça os cálculos, espere, você terá uns trinta anos de vida sexual após o casamento. Para que correr o risco de ser infeliz. Não só eu, mas todas as minhas amigas se arrependeram amargamente [de ter feito sexo antes do casamento]. Defenda seus sonhos, sua felicidade e a continuidade da família, que mais cedo ou mais tarde é o sonho de toda mulher.”

Mas, e se o erro foi cometido, o que fazer? Paulo, que manchou seu passado com atos pecaminosos e, depois, passou pela conversão, responde: “Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo” (Fl 3:13, 14). Esse alvo pode ser um casamento abençoado.

Preserve o presente

Outra rara figura pública que teve coragem de declarar sua virgindade foi a atriz Isabelle Drummond, de 17 anos. Em entrevista à revista Quem, ela disse que pretende fazer sexo só depois do casamento. “Isso é uma coisa que eu quero. É um princípio meu, um princípio bíblico, da igreja”, disse a adolescente, que é evangélica. Isabelle ficou famosa interpretando a Emília no “Sítio do Picapau Amarelo”, e disse também à revista: “Sou muito tímida e sei que, quando for para acontecer, vai acontecer. Tenho outros focos agora. Estou trabalhando e estudando muito.”

Parabéns também à Isabelle por, assim como Jones e Sophie, não ter vergonha de ir na contramão do mundo, nesse aspecto, e pela coragem de manifestar sua decisão. E você, tem coragem? Aceita o desafio? Quer recomeçar?

Não se esqueça de que, com respeito à experiência sexual, há pelo menos três grupos de pessoas: (1) virgens puros, (2) virgens impuros e (3) não virgens que foram purificados. O primeiro grupo é o ideal; são aquelas pessoas que valorizam a virgindade, que procuram manter a mente e o corpo puros (e conseguem isso por meio de uma relação íntima com Deus). O segundo grupo é o daqueles que procuram preservar unicamente a virgindade genital motivados por certas preocupações (gravidez, por exemplo), mas são física e mentalmente impuros. Fazem de tudo, menos penetração genital, e se consideram hipocritamente “virgens”. E há o terceiro grupo, o daquelas pessoas que caíram no passado, mas que receberam o perdão de Deus e foram restauradas ao status de “virgens espirituais”.

A que grupo você quer pertencer? Em qual deles você está? A escolha é unicamente sua. As consequências dessa escolha também. Por isso, preserve o presente para quem merece e desfrute-o no momento e no contexto certos. Seu futuro agradece.

(Michelson Borges é jornalista e mestre em teologia; artigo originalmente publicado na revista Família Esperança)

domingo, 3 de março de 2013

Dormir pouco altera atividade dos genes

Muitos estudos já mostraram uma relação entre o sono insuficiente e consequências negativas à saúde e ao dia a dia, como o aumento do risco de obesidade e de problemas cardiovasculares e mentais. No entanto, pouco se sabe sobre o que acontece no organismo após uma noite mal dormida e que desencadeia efeitos como esses. Segundo um novo estudo inglês, a resposta está nos genes – ou seja, a privação do sono reduz a atividade de vários genes, entre eles alguns associados à regulação do metabolismo, alterando funções como o apetite, a queima de calorias e os sistemas imunológico e cardíaco. Essas conclusões foram publicadas nesta segunda-feira no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

No estudo, 26 voluntários, em um ambiente controlado, passaram uma semana dormindo durante o tempo adequado (aproximadamente 8,5 horas) e outra semana dormindo poucas horas (5,7 horas em média). Ao longo de todos esses dias, os pesquisadores analisaram os genes dos participantes a partir de amostras de sangue recolhidas deles. Segundo os resultados, um grande número de genes se tornou menos ativo na semana em que houve privação do sono.

De acordo com Simon Archer, coordenador do estudo, o próximo passo de sua equipe será investigar de que forma poucas horas de sono, ao reduzirem a atividade de determinados genes, afetam a saúde a longo prazo. Archer também quer descobrir se há pessoas mais vulneráveis do que outras aos efeitos negativos de um sono insuficiente.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Frutas e vegetais deixam jovens mais calmos e felizes

Um novo estudo da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, sugere que comer frutas e vegetais deixa os jovens calmos, mais felizes e com mais energia para as tarefas diárias. Os pesquisadores Tamlin Conner e Bonnie White, do Departamento de Psicologia, e Caroline Horwath, do Departamento de Nutrição Humana, investigaram a relação entre as emoções diárias e o consumo de alimentos. O estudo foi publicado [...] no British Journal of Health Psychology. Um total de 281 pessoas na faixa dos 20 anos fizeram um diário alimentar na internet durante 21 dias consecutivos junto com um ranking de como se sentiam usando adjetivos positivos ou negativos. Antes disso, preencheram um questionário com detalhes de idade, sexo, etnia, peso e altura. Aqueles com histórico de distúrbios alimentares foram excluídos.

No diário, os voluntários preenchiam cinco questões sobre o que tinham comido a cada dia, com a quantidade de porções de frutas, vegetais (exceto sucos e frutas secas) e outras categorias de lanches, bolos e biscoitos. Os resultados mostraram uma relação diária entre o alto consumo de frutas e legumes e o bom humor.

“Em dias de maior consumo de frutas e vegetais, eles relatavam mais calma, felicidade e energia que o normal. Pessoas jovens precisariam consumir de sete a oito porções de frutas e vegetais por dia para perceber uma mudança significativa”, explica Conner, ressaltando que uma porção equivale a uma do tamanho da palma da mão ou metade de uma xícara.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Consumo de carne prejudica vida na Terra

Os habitantes do mundo rico deveriam tornar-se “semitarianos” – ou seja, comerem a metade da quantidade de carne à qual estão acostumados, sem precisarem abrir mão totalmente dela –, para evitar causar danos graves ao meio ambiente. A recomendação é de cientistas que apresentaram o quadro mais claro até agora de como as práticas agropecuaristas estão destruindo o mundo natural. Os cientistas disseram que o escândalo da carne de cavalo trouxe à tona o lado sombrio de nosso desejo por carne, que alimentou um comércio de animais de corte não documentados e refeições prontas de preço baixo e rótulos enganosos. “Existe risco para a cadeia alimentar”, comentou o professor Mark Sutton, que cunhou o termo “semitariano” e é o autor principal de um estudo da Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) publicado na segunda-feira (18). “Agora é um bom momento para conversar com as pessoas sobre esse assunto.”

A busca por carne cada vez mais barata nas últimas décadas - a maioria das pessoas, mesmo nos países ricos, consumia significativamente menos carne uma ou duas gerações atrás - gerou uma expansão maciça da pecuária intensiva. Com isso, quantidades imensas de grãos foram desviadas do consumo humano para o consumo animal, exigindo o uso intensivo de fertilizantes, pesticidas e herbicidas e, de acordo com o relatório da Unep, “provocando uma teia de poluição do ar e da água que está prejudicando a saúde humana”.

Os resíduos que escoam desses produtos químicos estão criando zonas mortas nos mares, levando ao crescimento de algas tóxicas e à mortandade de peixes, enquanto outros ameaçam a sobrevivência de abelhas, anfíbios e ecossistemas sensíveis. “A atenção atraída por esse escândalo da carne destacou a questão da carne de baixa qualidade. Isso tudo mostra que a sociedade precisa refletir muito mais sobre os animais de corte e as escolhas alimentares, pelo bem do meio ambiente e da saúde”, disse Sutton.

A resposta, segundo o cientista, está no consumo de mais vegetais e menos proteína animal. “Coma carne, mas com menos frequência. Faça dela algo especial”, ele aconselhou. “O tamanho das porções é crucial. Muitas porções são grandes demais - são maiores do que as pessoas querem consumir. É preciso pensar em mudar hábitos, em dizer ‘gosto do sabor, mas não preciso comer tanto’”.

Ao encherem seus pratos com legumes e verduras, além de carne, as pessoas ficarão mais bem nutridas. “A maioria das pessoas não percebe a diferença”, disse Sutton, citando um evento recente da ONU em que o chef usou um terço da quantidade habitual de carne, incluindo mais vegetais para compensar, e mais de 90% dos convidados ficaram igualmente satisfeitos. [...]

De acordo com o relatório da Unep, intitulado “Nosso mundo nutricional: o desafio de produzir mais alimentos e energia com menos poluição”, a produção de carne é responsável por 80% do nitrogênio e fósforo usados na agropecuária. Esses nutrientes são produzidos a um custo global muito alto, mas a maior parte acaba desperdiçada no estrume dos animais. Em algumas regiões do mundo, os nutrientes são escassos, resultando em plantações menos produtivas.

A Unep avisou: “A não ser que sejam tomadas medidas, a elevação da poluição e o aumento do consumo per capita de energia e produtos animais vão exacerbar as perdas de nutrientes, os níveis de poluição e a degradação dos solos, ameaçando mais ainda a qualidade de nossa água, nosso ar e nossos solos, afetando o clima e a biodiversidade.”

O estudo também propôs uma série de medidas com as quais seria possível tornar a pecuária menos nociva ambientalmente, desde medidas simples como o armazenamento mais seguro e o uso mais econômico dos fertilizantes até a captura das emissões de gases estufa resultantes de sua produção. O consumo de nitrogênio poderia ser reduzido em 20 milhões de toneladas até 2020, poupando 10 bilhões de libras por ano. A reutilização de resíduos, como estrume, e o tratamento de esgotos com métodos modernos também poupariam centenas de bilhões de dólares.


Nota: Deixe a carne de lado e (1) tenha mais saúde, (2) contribua para a preservação do meio ambiente e (3) poupe os animais de tanto sofrimento. A dieta vegetariana é comprovadamente a melhor opção para a humanidade. Fazia parte do projeto original de Deus (Gênesis 1:29) e continua fazendo parte das recomendações inspiradas dEle para nós.[MB]

Leia também: "O preço da carne"

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

“Criação moderna” prejudica desenvolvimento infantil

As práticas sociais e as crenças culturais modernas impedem o desenvolvimento mental e emocional das crianças, segundo um conjunto de pesquisas interdisciplinares divulgado [na] segunda-feira (7) pela Universidade Notre Dame em Indiana, nos Estados Unidos. “O estilo de vida dos jovens nos Estados Unidos segue piorando, especialmente se comparado com o de cinquenta anos atrás”, indicou em um simpósio Darcia Narváez, professora de psicologia especializada no desenvolvimento moral das crianças e na forma como as experiências podem influenciar no desenvolvimento do cérebro. “Algumas práticas e crenças equivocadas tornaram-se comuns de nossa cultura como, por exemplo, o uso de ‘fórmulas’ infantis para a alimentação dos bebês, o isolamento das crianças em seus próprios dormitórios, ou a crença em que, se responder rápido às queixas do bebê, ele fica mal acostumado”, disse Narváez.

A nova pesquisa vincula certas práticas da criação precoces - que são comuns nas sociedades de caçadores e coletores [sic] - com resultados emocionais saudáveis e específicos na idade adulta. “A amamentação dos bebês, a resposta quando choram, o contato físico quase constante e o que vários adultos que se ocupam da criação fazem são algumas das práticas de criação ancestrais que demonstraram impacto positivo no desenvolvimento do cérebro, que não molda somente a personalidade, mas ajuda, além disso, na saúde física e no desenvolvimento moral”, disse Narváez.

Os estudos, acrescentou, mostram que a resposta às necessidades da criança, sem deixar que ela “se canse de chorar”, influencia no desenvolvimento da consciência, e que o contato físico positivo afeta a reação ao estresse, o controle dos impulsos e a empatia. Do mesmo modo, segundo a investigadora, a brincadeira livre em um ambiente natural influencia nas capacidades sociais e como lida com agressões, e quando há um grupo de pessoas que oferecem cuidado, além da mãe, melhora o quociente intelectual.

Narváez afirmou que os Estados Unidos foram no sentido contrário em todos esses aspectos de cuidados infantis. Em lugar de estar brincando, as crianças permanecem mais tempo em seus carrinhos, assentos para o automóvel e outros aparatos. Apenas 15% das mães amamentam seus bebês e as que o fazem não vão além de 12 meses; as famílias estão fragmentadas e diminuiu o tempo de brincadeiras dos pais e mães com seus filhos.

Narváez afirmou que outros membros das famílias e os professores podem ter um impacto benéfico quando a criança se sente segura em sua presença. “O hemisfério direito do cérebro, que governa grande parte das autorregulações, a criatividade e a empatia, pode crescer ao longo de toda a vida”, acrescentou. “Esse hemisfério cresce com experiências que envolvem todo o corpo, como os jogos de ‘luta’, a dança e a criação artística livre”, explicou.

(BOL Notícias)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Sedentarismo já ameaça reduzir expectativa de vida

Um estudo que analisa dados de Brasil, Estados Unidos, Grã-Bretanha, China e Índia alerta que o crescente sedentarismo nesses países ameaça formar a primeira geração de jovens que viverá menos que seus pais. O trabalho, que tem o American College of Sports Medicine como coautor, conclui que em 2030 a inatividade física pode abreviar em até cinco anos a expectativa de vida, caso seja mantido o ritmo atual. As projeções, que tiveram a participação de 70 especialistas ligados às áreas de saúde e educação física, indicam que em 18 anos o Brasil terá diminuído em cerca de 34% os níveis de atividade física desde o começo da década passada. Somente entre 2002 e 2007, a queda foi de 6%.

Segundo Lisa MacCallum Carter, executiva global da Nike, que também é coautora da pesquisa, o País começa a sofrer os males que já são sentidos há algumas décadas pelos países mais desenvolvidos - de 1965 a 2009, a queda da atividade física nos Estados Unidos foi de 32%.

“As máquinas e carros têm feito as atividades físicas por nós, e isso é uma coisa boa, pois apreciamos o padrão de vida moderno. Mas é preciso observar a quantidade de movimento que é perdida por isso e buscar formas de compensar”, afirma a executiva. “Se uma criança está ameaçada de viver uma vida mais curta que seus pais, este é o oposto do progresso humano.”

Segundo Lisa, as estatísticas levam em conta outros fatores, como nutrição, mas o sedentarismo tem papel central, especialmente em países desenvolvidos ou em desenvolvimento. Ela lembra que as dez doenças que mais matam nos 50 países mais ricos do mundo estão relacionadas à falta de atividade física.

“À medida que as economias crescem, os níveis de atividade física diminuem”, explica. “No Brasil, cuja economia teve um forte crescimento nos últimos anos, esperamos que isso ocorra em um período bem menor de tempo. Mas ainda há tempo de evitar isso”, acrescenta.

Entre os países em desenvolvimento, os problemas são diferentes entre si. Na China, que nos últimos 20 anos teve uma queda de 45% nos níveis de atividade física, o principal vilão tem sido o excesso de pessoas que trocaram a vida rural pelas cidades. No país, os pesquisadores apontam as deficiências das grandes metrópoles, que estimulam o transporte motorizado.

O estudo também aponta um viés econômico: a avaliação é de que a inatividade física traz gastos diretos e indiretos de quase US$ 150 bilhões por ano, apenas nos Estados Unidos.

Segundo o médico Carlos Alberto Machado, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a associação com a obesidade é o fator mais preocupante do sedentarismo. Nos EUA, o índice de americanos obesos mais que dobrou nas últimas três décadas e deve atingir 42% da população até 2030. Além disso, cerca de um terço dos americanos estará com sobrepeso, fazendo com que as pessoas com peso ideal ou magras se tornem uma minoria no país.

Machado relaciona uma pesquisa da SBC, que mostrou que 49% dos brasileiros são sedentários, com dados do Ministério da Saúde que revelam que 64% da população do País está com excesso de peso. “O obeso que faz atividade física diminui o risco. E quem sai da situação de sedentário para pouco ativo (30 minutos de exercícios em 5 dias da semana) reduz em 66% o risco cardiovascular”, lembra ele.

No Estado de São Paulo, de 2004 até este ano, o Núcleo de Estudos da Obesidade da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) fez um trabalho com 300 adolescentes obesos e concluiu que metade deles tinha tendência à diabete e 32% sofriam de síndrome metabólica (pressão alta, diabete e colesterol elevado). “Esses adolescentes têm fortes fatores de riscos mórbidos. Ou seja: têm grandes chances de morrer cedo”, afirma Ana Dâmaso, coordenadora do Núcleo.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Álcool na gravidez pode afetar QI da criança

Cientistas das universidades britânicas de Bristol e Oxford sugerem que até mesmo níveis baixos de álcool durante a gravidez podem influenciar no QI da criança. Publicado [na] quarta-feira (14) no periódico Plos One, o estudo chegou a essa conclusão após analisar dados de mais de quatro mil mães e seus filhos. Pesquisas anteriores têm produzido evidências inconsistentes e conflitantes sobre o assunto. Isso se deve provavelmente à dificuldade em separar os efeitos do consumo moderado de álcool de outros fatores sociais, como cigarro, dietas e idade da mãe ao dar à luz. Por isso, há especialistas que sugerem abstinência de álcool durante a gravidez e outros que recomendam ingestão moderada.

O estudo em questão analisou as variações genéticas do DNA de 4.167 crianças para entender os efeitos da bebida durante a gravidez. Há quatro dessas variações que estão relacionadas ao metabolismo do álcool no corpo humano. Ao estudá-las, os pesquisadores descobriram que as mesmas também estão fortemente ligadas ao baixo QI das crianças, chegando assim à tese.

O efeito, porém, só foi observado entre as crianças cujas mães bebiam moderadamente. Nos filhos de mulheres que não bebem ou deixaram de beber completamente durante a gravidez, nada de anormal foi encontrado, o que sugere que foi mesmo a exposição ao álcool que causou a diferença no QI das crianças. Já mães que bebem muito não foram incluídas na pesquisa.

O consumo de álcool nas mães foi medido por meio de questionários respondidos na 18ª e na 32ª semana de gravidez. Ele incluía perguntas como a quantidade e a frequência de consumo antes da gravidez, durante o primeiro trimestre e no momento em que sentiu o bebê mexendo pela primeira vez. Já o QI das crianças foi analisado quando elas chegavam aos oito anos de idade, usando testes convencionais para tal medição.

“O estudo é complexo, mas a mensagem é simples: mesmo quantidades moderadas de álcool durante a gravidez pode ter um efeito sobre a inteligência futura da criança. Assim, as mulheres têm boas razões para evitar o álcool nesse período”, afirmou o coordenador da pesquisa, Ron Gray, da Universidade de Oxford, em nota à imprensa. [O melhor é evitar sempre.]